Record (Portugal)

Um grande campeão

SÉRGIO CONCEIÇÃO FOI UMA BOA APOSTA E CONSEGUIU CONQUISTAR O TÍTULO NO CLUBE QUE AMA. PINTO DA COSTA ACERTOU EM CHEIO

- Vítor Baía Antigo Internacio­nal

FC Porto sagrou-se campeão nacional e está por isso de parabéns! Hoje já vai entrar em campo como campeão, fruto do empate entre o Sporting e o Benfica no dérbi de Alvalade. Chega ao fim de uma longa maratona. Em primeiro lugar, porque foi mais regular, soube suportar as adversidad­es e levantar-se quando parecia caído. Em resumo, foi melhor do que todos os outros.

É com grande felicidade que vejo também corrigidos

erros do passado, que, tal como outros portistas, apontei e não fui muito bem entendido. A verdade é que o FC Porto corrigiu algumas situações e surgiu de novo forte e preparado para lutar com a concorrênc­ia habitual. Mais do que prepara- do para lutar, vestiu-se para os deixar pelo caminho e conseguiu-o com a forte personalid­ade do grupo, que é a imagem do seu treinador, por quem estou também muito feliz.

Sérgio Conceição é um antigo companheir­o,

um amigo que prezo e que vejo com alegria conquistar o título ao serviço do clube que também ama, desde muito novo. Foi campeão no passado como jogador, é agora como treinador e todos teremos de reconhecer, mesmo os adversário­s, que lhe cabe muito do mérito desta conquista. Talvez tenha levantado algumas desconfian­ças no início, mas a mim, que o conheço bem, não me surpreende­u. Mas é um caso peculiar: foi necessário fazer um grande trabalho em França (Nantes) para ser reconhecid­o devidament­e em Portugal. Estava-lhe destinado um clube grande em Portugal e esse clube grande só podia ser o FC Porto.

O presidente Pinto da Costa acertou em cheio ao

contratar Sérgio Conceição – num ano complicado, impossibil­itado de ir às compras, com a absoluta necessidad­e de acabar com um jejum de quatro anos... Não era fácil a tarefa de Sérgio Conceição e foi preciso ter muita coragem para a aceitar. Houve também amor na aceitação de Sérgio, que foi o primeiro a acreditar na conquista do título. Para isso, formou um grupo forte, crente em si próprio, com alguns jogadores que tinham tido um passado difícil no FC Porto, não conseguind­o afirmar-se.

Quem imaginaria que Marega, Ricardo ou Aboubakar

iriam ser tão determinan­tes neste sucesso do clube? Onde andava ‘este’ Herrera e ‘este’ Brahimi? O que eles foram de melhor em relação a outros anos tem a ver com a confiança que Sérgio lhes injetou e que faz deles hoje jogadores apetecívei­s por outros emblemas. Há bons exemplos de sucesso neste grupo, que foi moldado pelo treinador e educado para vencer, que se aborreceu fortemente quando não ganhou e isso tem a ver com a mística do clube. Parabéns a todos.

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