O rock do Wanda
Parece o ambiente de um grande concerto. A formação inicial é anunciada ao som de Thunder, dos AC/DC, enquanto as luzes apagam e acendem. Uma parafernália de cores e som, num cenário abrilhantado por 67 mil almas em êxtase. Aqui, porém, a banda é composta por jogadores de futebol que usam a bola como instrumento. Encarnam um espírito guerreiro, de puro rock ‘n’ roll, que regressou ao Atlético de Madrid em 2011/12, quando o argentino Diego Simeone chegou ao comando técnico.
Temsido umahistóriade amor, repleta de glórias, que agora evolui num novo palco. O imponente Wanda Metropolitano, casa que irá receber a final da Champions de 2019, não faz esquecer todos os momentos mágicos que ocorreram no ‘ve-
RELAÇÃO ENTRE EQUIPA E ADEPTOS DO ATLÉTICO DE MADRID CONTINUA A SER DAS MAIS BONITAS
lho’ Vicente Calderón (ainda erguido no meio de Manzanares), mas mantém a atmosfera frenética.
Os cânticos daFrente Atlético, que correm no sangue da formação colchonera, continuam a ser uma parte fundamental da alma deste clube. Ouviram-se por toda a cidade de Madrid na noite da última quinta-feira, após a vitória contra o Arsenal e o passaporte para a final da Liga Europa.
Simeone, a cumprir castigo, viu o jogo da bancada. Disse, no final, ter “sofrido como um incha”. E tal como num bom concerto, a equipa saiu após o jogo e regressou para um ‘encore’: agradeceu e foi ovacionada por um estádio que se manteve cheio à espera daquele momento. A relação entre equipa e público no Atlético de Madrid continua a ser das mais bonitas e singulares no futebol europeu. Antes no Calderón, agora no Wanda. Um amor que mudou de casa, mas que permanece intacto. Um amor imortal.