Record (Portugal)

U M SIMPLES ‘MOLEQU E’ DA B AÍA FORMO SA

Surfista brasileiro começou a destacar-se em Portugal e somou na Austrália a primeira vitória no circuito

- PATRÍCIA CRUZ

Se não fosse um dos melhores surfistas do Mundo, era ‘garçon’ ou pescador. No prato, é feliz com arroz, feijão, batata e bife. Não passa sem o pôr-do-sol. Nas horas vagas, vê a “Casa de Papel”. Assim é Ítalo Ferreira, um “simples garoto” que nasceu e cresceu na Baía Formosa. Três anos depois de se estrear entre a elite do surf mundial, lidera o ranking. Três anos depois, venceu o primeiro troféu. E, três anos depois, esse troféu ‘virou’ tatuagem, como se diz no seu país, o Brasil. Aos 23 anos, Ítalo venceu a recente etapa do Mundial em Bells Beach, na Austrália, e prepara-se agora para ‘jogar’ em casa a partir da próxima sexta-feira, quando começa o Oi Rio Pro, quarta etapa do World Tour, que decorre no Rio de Janeiro. Mas voltemos atrás no tempo, porque o sangue de Ítalo pode ser brasileiro, mas aquele que atualmente é um dos melhores surfistas do Mundo também já carrega consigo muito de Portugal. Senão vejamos: foi por cá que, em 2014, alcançou dois quintos lugares, nos Açores e em Cascais, que lhe permitiram subir no ranking e qualificar-se pela primeira vez para o Tour. Foi também por cá que, nesse mesmo ano, foi vice-campeão mundial júnior, perdendo apenas para Vasco Ribeiro. No ano seguinte foi novamente a uma final, desta vez em Peniche. “Adoro Portugal. Acredito que é o único lugar do Mundo onde eu moraria. Tenho algumas finais no meu currículo em Portugal, mas nunca venci um evento. Gostaria muito que isso acontecess­e este ano!”, começa por confessar a Record, antes de revelar: “Um dos meus melhores amigos, o Marcos, vive em Portugal. Ajuda-me em diversas coisas, principalm­ente nos campeonato­s, dando-me mais confiança. Ele vai casar em breve – tenho um calendário muito apertado, mas acredito que consigo ir a Portugal para o casamento dele; será especial, por isso gostaria de estar presente nesse momento único!” Afinal, a amizade é tudo. Seja na rua, “jogando à bola com os ‘moleques’”, seja viajando pelo Mundo, com os melhores surfistas do Mundo. “Conheço todos e admiro cada um deles, mas tenho uma relação mais próxima com o Jadson [André]! Somos do mesmo estado e no meu primeiro ano viajei com ele! Aprendi muitas coisas. Ele é sempre divertido, um

“ADORO PORTUGAL. ACREDITO QUE É O ÚNICO LUGAR DO MUNDO ONDE EU MORARIA”, SALIENTA O JOVEM DE 23 ANOS

atleta muito determinad­o... Gosto de pessoas assim! Ele é especial”, adianta Ítalo, para quem a vida não mudou muito desde 2015. “A maior prova de amizade é manter os meus amigos até hoje”, sublinha.

Agora, só pensa em dar o seu

BRASILEIRO CONHECE BEM AS ONDAS NACIONAIS E ESPERA CONCRETIZA­R “ESTE ANO” O OBJETIVO DE VENCER POR CÁ

melhor a partir de sexta-feira no Rio de Janeiro, na quarta etapa do circuito mundial. “É muito bom competir em casa, mas ao mesmo tempo é desafiador! Chego a esta etapa na liderança, por isso acredito que me sentirei um pouco mais pressionad­o. Só preciso usar essa pressão como combustíve­l para ir crescendo bateria a bateria”, admite. E depois do Brasil é tempo de

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