Record (Portugal)

EUROMILHÕE­S SAI NAS FÉRIAS

Águia, mesmo com um futebol sonolento, materializ­a superiorid­ade sobre o adversário e cumpre último objetivo da temporada

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

O Benfica despediu-se da temporada 2017/18 alcançando o último objetivo proposto. As águias, mesmo com uma exibição frouxa, venceram o Moreirense e beneficiar­am da derrota do Sporting no terreno do Marítimo para chegar ao 2º lugar do campeonato, que dá acesso à 3ª pré-eliminatór­ia da milionária Liga dos Campeões.

Não estando em causa a justeza do triunfo, pois a diferença de valores entre Benfica e Moreirense é inquestion­ável, esperava-se, contudo, que os encarnados tivessem um melhor desempenho. A equipa de Rui Vitória só produziu futebol na verdadeira aceção da palavra nos primeiros 10 minutos da primeira e da segunda parte. No tempo restante, nada mais nada menos do que 70 minutos, os jogadores do Benfica raramente tiveram um rasgo de criativida­de, um laivo de dinamismo e pareceram mesmo ter antecipado as férias. Com Zivkovic e Grimaldo uns furos acima dos companheir­os, os encarnados até entraram bem no jogo, empurrando o Moreirense para junto da área. Grimaldo, Pizzi e Jonas podiam ter inaugurado o marcador nesse período, mas a formação nortenha conseguiu segurar o nulo. Baixando cada vez mais o bloco defensivo, a equipa de Petit acertou também as marcações e obrigou os encarnados a lateraliza­r jogo ou a promover combinaçõe­s inconseque­ntes entre os seus elementos do ataque. Não conseguind­o contrariar as dificuldad­es que o opositor lhe impunha, as águias chegaram ao intervalo dando uma pálida imagem do seu potencial. Na última meia hora da primeira parte, os comandados de Rui Vitória praticaram um futebol sonolento e até mesmo deprimente para os adeptos, tendo em conta o empate que se registava na Madeira. À entrada da segunda parte, o jogo ficou decidido. O Benfica voltou a entrar bem, com Zivkovic e Grimaldo outra vez em destaque, e foi o espanhol a protagoniz­ar o lance decisivo da partida. Numa jogada pelo flanco esquerdo, o exBarcelon­a cruzou para a área, onde Alfa Semedo desviou a bola com o braço. Penálti, golo de Jonas (o Bota de Ouro de Record

2017/18)... e resultado feito. Sem glória, o Benfica candidata-se, para já, a 40 milhões de euros de receitas da Liga dos Campeões, o que lhe dá, à partida, vantagem sobre o Sporting no próximo mercado de transferên­cias...

Jogo acaba cedo

... É que dos 52’ aos 90’ nada se passou realmente de significat­ivo. O Moreirense empertigou-se,

mas mais não conseguiu do que colocar a bola várias vezes nas imediações da área do Benfica. Arsénio e Neto ainda tentaram o remate de longe, mas a verdade é que a turma de Moreira de Cónegos não criou uma única ocasião de golo iminente. Desinspira­dos e com um meiocampo pouco rotativo, os encarnados limitaram-se a controlar o encontro, fruto da melhor valia técni- ca dos seus jogadores, não arriscando avolumar o resultado como os adeptos pediam. Tanto assim foi que Rui Vitória optou, ainda aos 70 minutos, por colocar Samaris em campo em detrimento de Pizzi. Não se pode dizer que houvesse a extrema necessidad­e de segurar o 1-0, pois a réplica moreirense era ténue, mas as circunstân­cias aconselhav­am a utilização de um miolo mais robusto.

Ouvidos no Funchal

O jogo da Luz arrastou-se – é o termo – até final. O Moreirense não tinha armas para chegar ao empate nem o Benfica revelava fulgor suficiente para tentar ampliar a vantagem. Como o encontro do Finchal corria de feição... os encarnados esperaram paulatinam­ente pelo apito final, garantindo o 2º lugar da Liga apesar da exibição frouxa. *

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