“Merecemos ficar à frente”
Para o treinador do Benfica, a questão do 2.º lugar deveria ter sido definida em Alvalade, realçando a forma “categórica” como as águias se bateram frente ao leão. Ainda não se sente bem para dar os parabéns ao FC Porto
Comqueestadodeespíritoterminaestaépoca?
– Uma sensação de que não atingimos o objetivo primordial. Mas é fundamental ao longo da época irmos arranjando sempre motivos para nos focarmos em objetivos que vão acontecendo ao longa da época. Houve alguma crueldade. As coisas aconteceram de algumas formas negativas. Levámos alguns tombos durante a época, mas a equipa teve sempre capacidade de se reerguer. Em dezembro, janeiro, reentrada na nova fase, ninguém nos posicionaria no lugar que estamos agora. Fizemos uma caminhada fantástica e repusemo-nos na luta pelo título. Depois levámos novo tombo, no jogo com o FC Porto, que acabámos por não ganhar. É difícil depois uma equipa reerguerse. Depois fomos à casa do nosso adversário direto, convictos, de forma categórica, e chegámos lá a mostrar a nossa capacidade. O que aconteceu hoje [ontem] já devia ter sido resolvido na semana passada. Não festejamos o segundo lugar, mas ficamos com a sensação de que merecíamos pelo menos esta classificação, pelo que fizemos.
– Aclassificação final revela o mérito dentro do campo?
– A justiça de uns e injustiças dos outros são sempre muito discutíveis. Ficámos em 2º, com mais de 80 pontos, mais de 80 golos. Pelo terceiro ano fizemos mais de 80 pontos, o que é revelador da qualidade do trabalho. Merecemos ficar à frente do Sporting pelo que fizemos.
–O FC Porto foi campeão com mérito?
– O campeonato está terminado e o FC Porto terminou em primeiro. O que me parece muito importante é que, com mérito ou sem mérito, terminou em primeiro lugar e hou- ve uma série de discussões para tentar fugir das atenções do jogo que se passou a semana passada. ‘O Rui Vitória não deu os parabéns ao FC Porto’. Digo aquilo que penso, vejo e sinto. Não posso ser hipócrita a dar os parabéns a quem me tra- tou mal, a quem me chamou uma série de coisas. Isso não faço, porque não me sinto bem a fazê-lo. A semana passada quis-se distrair as pessoas com umas coisas. Primeiro era o Rúben Dias, depois era os parabéns do Rui Vitória, como se isso no meio de uma época em que se chamou tudo a toda a gente, em que se disse tudo e mais alguma coisa, fosse o mais importante. Não me sinto bem a dar os parabéns a quem me tratou mal e me ofendeu. É uma forma de estar. *