Record (Portugal)

“Merecemos ficar à frente”

- ANDRÉ FERREIRA

Para o treinador do Benfica, a questão do 2.º lugar deveria ter sido definida em Alvalade, realçando a forma “categórica” como as águias se bateram frente ao leão. Ainda não se sente bem para dar os parabéns ao FC Porto

Comqueesta­dodeespíri­toterminae­staépoca?

– Uma sensação de que não atingimos o objetivo primordial. Mas é fundamenta­l ao longo da época irmos arranjando sempre motivos para nos focarmos em objetivos que vão acontecend­o ao longa da época. Houve alguma crueldade. As coisas acontecera­m de algumas formas negativas. Levámos alguns tombos durante a época, mas a equipa teve sempre capacidade de se reerguer. Em dezembro, janeiro, reentrada na nova fase, ninguém nos posicionar­ia no lugar que estamos agora. Fizemos uma caminhada fantástica e repusemo-nos na luta pelo título. Depois levámos novo tombo, no jogo com o FC Porto, que acabámos por não ganhar. É difícil depois uma equipa reerguerse. Depois fomos à casa do nosso adversário direto, convictos, de forma categórica, e chegámos lá a mostrar a nossa capacidade. O que aconteceu hoje [ontem] já devia ter sido resolvido na semana passada. Não festejamos o segundo lugar, mas ficamos com a sensação de que merecíamos pelo menos esta classifica­ção, pelo que fizemos.

– Aclassific­ação final revela o mérito dentro do campo?

– A justiça de uns e injustiças dos outros são sempre muito discutívei­s. Ficámos em 2º, com mais de 80 pontos, mais de 80 golos. Pelo terceiro ano fizemos mais de 80 pontos, o que é revelador da qualidade do trabalho. Merecemos ficar à frente do Sporting pelo que fizemos.

–O FC Porto foi campeão com mérito?

– O campeonato está terminado e o FC Porto terminou em primeiro. O que me parece muito importante é que, com mérito ou sem mérito, terminou em primeiro lugar e hou- ve uma série de discussões para tentar fugir das atenções do jogo que se passou a semana passada. ‘O Rui Vitória não deu os parabéns ao FC Porto’. Digo aquilo que penso, vejo e sinto. Não posso ser hipócrita a dar os parabéns a quem me tra- tou mal, a quem me chamou uma série de coisas. Isso não faço, porque não me sinto bem a fazê-lo. A semana passada quis-se distrair as pessoas com umas coisas. Primeiro era o Rúben Dias, depois era os parabéns do Rui Vitória, como se isso no meio de uma época em que se chamou tudo a toda a gente, em que se disse tudo e mais alguma coisa, fosse o mais importante. Não me sinto bem a dar os parabéns a quem me tratou mal e me ofendeu. É uma forma de estar. *

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