Record (Portugal)

Leões vão abrir processo interno

- COM JOÃO SOCORRO VIEGAS

O Sporting vai abrir um processo interno para averiguar as circunstân­cias que permitiram aos agressores entrar na Academia, depois de ter existido um aviso prévio de que tal estava prestes a acontecer. Segundo Record apurou, Ricardo Gonçalves, o diretor adjunto de operações da Academia, que era o responsáve­l pela segurança no local, terá sido avisado pelas 16h55 de terça-feira (cerca de 15 minutos antes da chegada do grupo) de que a Juve Leo ia a caminho da Academia para falar com a equipa. Ainformaçã­o foi transmitid­a pelo oficial de ligação aos adeptos, Bruno Jacinto. Os leões querem perceber se existiu falha de segurança e, se sim, quem foi o responsáve­l direto.

Garantindo que nunca entrou no balneário, onde se verificara­m as agressões, Torres saiu da academia depois dos incidentes. Voltaria duas horas depois, já Bruno de Carvalho lá se encontrava, assim como Mendes e outros três elementos com quem saiu no seu BMW e que não quis identifica­r – um deles era Aleluia. “Entrei com o carro, fui autorizado pelo Sporting, pelos responsáve­is, pela segurança, sem problema algum. Entrei com o carro, já lá estava a minha matrícula. Não sei quem deu autorizaçã­o”, assegura. Segundo a ‘Sábado’, que cita um depoimento do processo, foi Ricardo Vaz, do gabinete de apoio aos jogadores, quem ligou para a portaria, dizendo para “deixar entrar nas instalaçõe­s um veículo de marca BMW de cor azul (...), sendo que essa viatura foi buscar os líderes das claques.”

Escapam à detenção

Fonte do Sporting explicou, ao nosso jornal, que Mendes, Aleluia e outros dois elementos foram identifica­dos pela GNR, mas escaparam à detenção, porque não tinham invadido o balneário, nem agredido ninguém, nem destruído as instalaçõe­s. Quanto muito, poderiam ser indiciados por invasão de propriedad­e privada.

Torres não entende tanto alarido à volta do BMW, que se encontra à venda no stand de que é pro- prietário, no Seixal. “Jesus estava um pouco ensanguent­ado. TInha sangue nos lábios. Tentei ajudar com uma garrafa de água. Fui lá para tentar ajudar.”

Diz que desconheci­a as intenções de quem agrediu. “Não ponho as mãos no fogo por ninguém.” E assinala: “Vi crianças, jogadores da formação em pânico. Sinto-me bastante envergonha­do. O principal responsáve­l? Bruno de Carvalho! Porquê? Porque já devia ter saído. Não sei se tem quota-parte, mas o ambiente inflamou-se por causa desta situação.” *

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal