“TEMOS TANTA PRESSÃO COMO O SPORTING”
O diretor desportivo do Aves é, aos 31 anos, o jovem arquiteto da construção de um grupo que pode fazer história na final da Taça de Portugal. Todavia, a fasquia do crescimento do clube vai mais longe e aponta ao estatuto europeu
Com tudo o que aconteceu esta semana, o Sporting continua a ser favorito ou as hipóteses ficaram mais benéficas para o Aves na final da Taça de Portugal?
JOSÉ LUÍS GONÇALVES – Acho que as finais foram feitas para serem ganhas. Sou da opinião que o Sporting é sempre favorito, mas vai ter de o demonstrar dentro de campo. E aí, vamos ganhar nós!
Têm dado atenção às notícias que chegam de Alvalade?
JLG – Só espero que eles venham ao jogo. Queremos desfrutar da final. É um jogo, tudo é possível, eles são os maiores candidatos, mas acredito mesmo que vamos triunfar.
Escolheria
agora o Sporting ou preferia inicialmente o FC Porto?
JLG – Se calhar preferia o FC Porto porque já tinha sido campeão e feito a festa. Por outro lado já nos garantia a presença na Supertaça.
Foi transmitida essa mensagem de que é mesmo importante vencer ou chega entrar na festa?
JLG – Toda a gente na Vila das Aves está muito feliz pela época feita pelo Aves. Não é uma derrota na final da Taça que vai manchar essa sensação de ter sido um ano de sonho. Só que acreditamos mesmo que pode ser um sonho ainda maior tornado realidade.
O foco no Jamor pesou na reta final da temporada?
JLG – Eu digo é que o Caldas tirounos anos de vida. Foi um pesadelo para nós. Só no fim do jogo com o Moreirense é que começámos a dar valor ao Jamor, dado que até aí a permanência não estava fácil. Descendo de divisão a festa não teria qualquer sabor.
Agora é o Aves que provoca pesadelos ao Sporting?
JLG – Chegados à final, temos tanta pressão como eles para vencer.
Quando é que começaram a acreditar na ida ao jogo decisivo?
JLG – Nós começámos a acreditar na altura do sorteio dos quartosde-final. Íamos a Vila do Conde e sabíamos que o emparelhamento seguinte era com o Caldas. Seria quase uma final para nós. Quando ganhámos ao Rio Ave festejámos quase como se já lá estivéssemos, mas depois foi o Caldas a tirarnos o sono. Mostrou que é uma grande equipa e passámos dificuldades.
O Aves estava preparado para a dimensão logística da final?
JLG – O Aves é muito profissional. O pessoal do marketing é muito capaz, muito forte mesmo. Na comunicação estamos muito bem. Trabalho diariamente com o Vieira, antigo jogador, muito competente. É o meu braço-direito e esquerdo. Foi a pessoa com quem ganhei maior amizade até hoje. O pior foi mesmo os bilhetes. Ainda hoje não atendo a maioria das chamadas porque é tudo a pedir bilhetes. É uma confusão muito grande.
Como é que tem sentido o gru- po nesta semana decisiva?
JLG – Sinceramente, sinto que vamos ganhar. Estamos muito confiantes. Temos um grupo forte, uma equipa técnica competente e séria. Confio muito, mas eles ainda mais do que eu. Sabemos qual o valor que temos e que podemos levar de vencida esta Taça de Portugal.
O Aves é um grupo novo mas com jogadores muito experientes. Essa veterania está a sentir-se na preparação para o Jamor?
JLG – Não estão a ser importantes só esta semana. Sinto que na fase decisiva foram eles que levaram
isto para a frente. Quim, Nélson Lenho, também o Diego Galo, também o Adriano Facchini e o Vítor Gomes. Esses é que também ajudaram os mais jovens. A experiência deles e do treinador foi decisiva nos momentos de aperto.
As dificuldades da época deram estofo para este desafio?
JLG – Foi pena o Ricardo Soares não ter sido feliz. Depois, a pior coisa que nos aconteceu foi o Lito Vidigal. Tememos o pior. Mas acertámos ao ir buscar o José Mota, que comparo muito a Vítor Oliveira, e que merece ter sucesso. *
“ELES SÃO FAVORITOS, MAS VÃO TER DE O DEMONSTRAR DENTRO DE CAMPO. ACREDITO MESMO QUE VAMOS GANHAR”