Record (Portugal)

Há tanto para limpar

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Por muito que seja de futebol que se goste de falar, nos últimos dias tem sido difícil. O terramoto que atingiu Alvalade tem dominado a agenda, das bárbaras agressões em Alcochete à investigaç­ão ‘Cashball’ que já levou à constituiç­ão de sete arguidos. Apesar do grande número de deserções, Bruno de Carvalho mantém-se irredutíve­l e não se demite. Já se percebeu que terão de ser os sócios a pronunciar-se sobre o futuro. Talvez o mais justo, pois também foram eles que o elegeram por larga maioria. O problema é que esta nega do líder pode ter custos incalculáv­eis. É bom que juridicame­nte os leões tenham alguma noção de como se defenderem das esperadas rescisões dos jogadores. Depende também muito deles o futuro do clube. Resta saber se vai mandar o bom senso, os empresário­s ou o amor ao emblema. O último, já se sabe, anda pela hora da morte.

Lê-se o que se passou em Alcochete, as escutas do caso ‘Cashball’ e os emails do Benfica e percebe-se que há muito para limpar no futebol português. Claques que perderam a noção do valor da vida humana, dirigentes que não olham a meios para atingir os seus fins, redes de tráfico de influência­s que atingem vários patamares do Estado. A culpa é muito nossa. Olhámos para o lado enquanto a corrupção tomava as rédeas do país. Venha o carro vassoura.

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