ANTECIPAÇÃO DE 100 MILHÕES GARANTE LIQUIDEZ A CURTO PRAZO
VERBA LIBERTA RECURSOS PARA PRÓXIMA ÉPOCA
Após uma época de penúria, a ambição crescente do FC Porto vai ser oxigenada por maior liquidez financeira. A mais recente operação da SAD, uma cessão dos créditos decorrentes do novo contrato de transmissão televisiva dos seus jogos em casa, garantiu a entrada de 100 milhões de euros, que permitirão cumprir os vários encargos financeiros de curto prazo. Tal aliviará a pressão sobre as contas para a próxima temporada e, por consequência, vai deixar a sociedade numa situação mais confortável para o ataque a 2018/19. Apesar da denominação, na prática aquela operação resulta da antecipação de receitas, uma espécie de empréstimo de uma entidade não revelada sobre o qual o FC Porto pagará mensalmente uma taxa de juro confidencial. Segundo Record apurou, tal verificar-se-á durante 5 anos, ou seja, até junho de 2023.
Tal como informou a sociedade em comunicado à CMVM, “as receitas líquidas desta cessão desti- nar-se-ão a substituir passivos, maioritariamente financeiros”. Quer isto dizer que este financiamento transforma a dívida financeira de curto em longo prazo, permitindo aos dragões fazer face, por exemplo, aos encargos com empréstimo bancários e com os contratos de ‘factoring’ já celebrados no passado.
A diluição da obrigatoriedade de pagamento de parte dos seus passi-
vos financeiros permite um desafogo que chega em boa altura para os interesses portistas. Porém, desenganem-se os adeptos que julgam que os 100 milhões de euros serão investidos diretamente na equipa. A verba milionária liberta, isso sim, recursos financeiros cuja utilização estava condicionada pela necessidade de cumprir as obrigações financeiras já estabelecidas. Diga-se que o contexto de solidificação financeira não é apenas potenciado pela entrada destes 100 milhões de euros, mas também por outras receitas efetivas já garantidas – que não operações de financiamento. O FC Porto assegurou, pelo menos, mais de 42 milhões de euros só pela sua entrada direta na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões, e poderá inscrever no Relatório e Contas da próxima época, pela primeira vez, a tranche inaugural do acordo a Altice, um valor na casa dos 30 milhões de euros. O empréstimo obrigacionista mais recente no montante de 35 milhões de euros, esse, servirá basicamente para pagar o anterior – ver peça de apoio. *
VERBA NÃO SERÁ INVESTIDA DIRETAMENTE NAEQUIPA, MAS LIBERTA RECURSOS QUE CASO CONTRÁRIO ESTARIAM LIMITADOS