Record (Portugal)

ANTECIPAÇíO DE 100 MILHÕES GARANTE LIQUIDEZ A CURTO PRAZO

VERBA LIBERTA RECURSOS PARA PRÓXIMA ÉPOCA

- ANDRÉ MONTEIRO

Após uma época de penúria, a ambição crescente do FC Porto vai ser oxigenada por maior liquidez financeira. A mais recente operação da SAD, uma cessão dos créditos decorrente­s do novo contrato de transmissã­o televisiva dos seus jogos em casa, garantiu a entrada de 100 milhões de euros, que permitirão cumprir os vários encargos financeiro­s de curto prazo. Tal aliviará a pressão sobre as contas para a próxima temporada e, por consequênc­ia, vai deixar a sociedade numa situação mais confortáve­l para o ataque a 2018/19. Apesar da denominaçã­o, na prática aquela operação resulta da antecipaçã­o de receitas, uma espécie de empréstimo de uma entidade não revelada sobre o qual o FC Porto pagará mensalment­e uma taxa de juro confidenci­al. Segundo Record apurou, tal verificar-se-á durante 5 anos, ou seja, até junho de 2023.

Tal como informou a sociedade em comunicado à CMVM, “as receitas líquidas desta cessão desti- nar-se-ão a substituir passivos, maioritari­amente financeiro­s”. Quer isto dizer que este financiame­nto transforma a dívida financeira de curto em longo prazo, permitindo aos dragões fazer face, por exemplo, aos encargos com empréstimo bancários e com os contratos de ‘factoring’ já celebrados no passado.

A diluição da obrigatori­edade de pagamento de parte dos seus passi-

vos financeiro­s permite um desafogo que chega em boa altura para os interesses portistas. Porém, desenganem-se os adeptos que julgam que os 100 milhões de euros serão investidos diretament­e na equipa. A verba milionária liberta, isso sim, recursos financeiro­s cuja utilização estava condiciona­da pela necessidad­e de cumprir as obrigações financeira­s já estabeleci­das. Diga-se que o contexto de solidifica­ção financeira não é apenas potenciado pela entrada destes 100 milhões de euros, mas também por outras receitas efetivas já garantidas – que não operações de financiame­nto. O FC Porto assegurou, pelo menos, mais de 42 milhões de euros só pela sua entrada direta na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões, e poderá inscrever no Relatório e Contas da próxima época, pela primeira vez, a tranche inaugural do acordo a Altice, um valor na casa dos 30 milhões de euros. O empréstimo obrigacion­ista mais recente no montante de 35 milhões de euros, esse, servirá basicament­e para pagar o anterior – ver peça de apoio. *

VERBA NÃO SERÁ INVESTIDA DIRETAMENT­E NAEQUIPA, MAS LIBERTA RECURSOS QUE CASO CONTRÁRIO ESTARIAM LIMITADOS

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal