“Invasão tão grave como Alcochete”
Bruno de Carvalho, quando comentou o ataque a Alcochete lembrouainvasão ao treino do Vitória em janeiro. São incidentes comparáveis?
PM - O pós? Quanto ao pós não, mas porque eu fui umlíder e consegui abafar tudo o que havia para abafar no Vitória. Era muito importante manter que era a imagem do clube. Que foi grave, foi. Disseo na altura. Mas, de facto, conseguimos manter a imagem do Vitória imaculada.
Os acontecimentos foram tão graves como os de Alcochete? PM - Foram.
Pensou batercomaporta?
PM - Naquele momento, jamais.
Sentiu-se ameaçado?
PM - O que digo é que nunca iria abandonar o grupo de trabalho naquele momento.
O caso deveria ter sido lidado de outraformapelaSAD?
PM - Não sei. Supostamente, a administração avançou com umprocesso-crime contra os invasores.
O que se passou no Sporting provocou-lhe alguma sensação maisforteportervividoumepisódio semelhante?
PM - Ninguém gosta de ver aquilo que se viu. As medidas que foram agora aplicadas aos detidos têm de funcionar como um exemplo, demonstrando que algo assim não pode voltar a acontecer. Toda a gente tem de respeitar os profissionais. Sensível, sim, como é eviden- AGRESSÕES te, até porque não podemos deixar passar esta imagem para o Mundo inteiro. É algo que anda a acontecer pelos clubes todos e tem de acabar.
Viveu algum incidente semelhante, mesmo como jogador do Sporting?
PM - Estas situações também não são normais. Passei por momentos como os que acontecem às vezes nos finais dos jogos, mas nada mais.
Aseu ver, como antigo jogador e treinador, e perante o que sucedeuemAlcochete,teriacondições parajogar afinal daTaça?
PM - O que se passou é lamentável. Fico triste pelo futebol português, acima de tudo. Aconteceu no Vitória e o Vitória foi jogar. Os meus jogadores estavampreparados e tivemos uma semana muito complicada. O que posso dizer é que a equipa preparou-se para aquilo. Estive como jogador numafinaldaTaçade Portugal, a do very-light, infelizmente de má memória, e aí sim. Ao intervalo, a partir do momento em que soubemos que tinha acontecido algo, e as nossas famílias estavam inclusivamente naquele sector, naquele momento o balneário entrou empânico completo. Não sabíamos o que se estava a passar. Tentámos ligar às nossas famílias mas não se conseguia ter comunicação com ninguém. Portanto, aísim, e por ter morrido umapessoa, afinaldeveria ter sido cancelada. Este ano, o Aves não teve nadaaver comisso. Não foi ummomento fácil, quer parao Jorge Jesus, quer para toda a estrutura, mas se isto acontece numainstituição os profissionais têm de dar resposta. Acho que havia condições para o encontro se realizar.
Ficou chocado quando viu o nome de João Aurélio envolvido naOperação ‘Cashball’?
PM - O que posso dizer é que o João Aurélio é umgrande profissional. É um jogador à Vitória, que sente a camisola e que foi muito importante. Devo recordar que, no primeiro ano, quando tivemos muitas dificuldades porque vendemos o João Pedro e ainda não tínhamos o Zungu e o Rafael Miranda estava lesionado, o João Aurélio foi de uma importância fundamental. Naquele momento, adaptei-o a médiocentro e ele correspondeu. Como homem do futebol fico chocado com tudo o que vem a lume.