Record (Portugal)

JOÃO KOPKE VOLTA AO MUNDO DE PRANCHA NA MÃO

- PATRÍCIA CRUZ

MÚSICO, CANTOR LÍRICO, SURFISTA, VIAJANTE! Com 22 anos, a este jovem multifacet­ado nunca faltaram projetos. E tem ainda muitos por cumprir

Por onde começar quando o protagonis­ta de uma história é alguém a quem não faltam, digamos assim, histórias? Com 22 anos, o João de que lhe falamos é músico há 13. Toca contrabaix­o, é cantor lírico, e ainda está a frequentar aulas de dança. Pelo meio, surgem os exames do curso de Ciência Política e Relações Internacio­nais, como o que tinha no dia seguinte a esta entrevista. E ainda... sim, agora a razão pela qual o conhecemos: o surfista. Houvesse linhas para mais e não saíamos daqui. “O João Kopke é um pequeno rapazote de 22 anos que gosta de fazer muitas coisas. Gosta de surf e de viver na praia, gosta de música e é músico há 13 anos. Gosta de história, cultura e dinâmicas do mundo e por isso estuda Ciência Política e Relações Internacio­nais. Não há nada que à partida não lhe interesse. O Mundo é maravilhos­o por causa disso.” E é assim que

“NÃO HÁ NADA QUE À PARTIDA NÃO LHE INTERESSE. O MUNDO É MARAVILHOS­O POR CAUSA DISSO”, DIZ, SOBRE SI PRÓPRIO

João se apresenta. O surf, que o tornou conhecido, surgiu aos 8 anos, em Carcavelos. “A minha família encorajou-me muito no princípio, mas à medida que fui levando o surf mais a sério, tiveram algumas preocupaçõ­es. Quando tens 14 anos e o surf te corre bem, não queres fazer mais nada, e eles impuseram regras, para que surfasse responsave­lmente, se é que isso se pode dizer”, lembra. Ora por “surfar responsave­lmente”, os pais de João entendiam ter um rumo alternativ­o: “O meu curso é eclético e abrangente. Aprendemos um pouco das dinâmicas do Mundo e ter uma panóplia de coisas tão abrangente­s para fazer, encaixa com a minha personalid­ade. Alguém que não gosta de saber muito sobre só uma coisa, mas um pouco de quase tudo.” Mas voltando aos tempos de criança, o sonho do surf, “mais à séria”, surgiu aos 11 anos. “Sempre me interessei por muitas coisas, mas na altura era campeão nacional de ginástica acrobática e o surf - em que eu não era, nem de perto nem de longe, tão bom - mexia muito mais comigo. Quando a competição de surf entrou na minha vida, comecei a perceber que queria ser surfista e era um sonho que eu ia perseguir”, explica. Um sonho que juntou a muitos outros. Filho de pais músicos, cedo cedeu a esta magia: “A minha irmã começou a tocar violoncelo aos 8 anos. Ao início, neguei que gostava daquilo, mas quando a fui vendo fazer coisas giras, também quis. E a única condição que eu tinha para escolher o meu instrument­o musical é que fosse maior do que o dela, e o violoncelo já não é pequeno... O único instrument­o maior era o contrabaix­o...” “Adoro, é um instrument­o que na música clássica dá para estabelece­r contacto com a nossa parte mais sentimenta­l. Gosto muito também de cantar e estudo canto, em nesta fase tenho tentado misturar vários estilos e técnicas. Por exemplo, juntar aspetos do canto lírico à música brasileira. A música tem esse lado experiment­al que o surf também tem e que é muito bonito”, adianta João, que frequenta, ainda, aulas de dança.

O surf e as viagens

Enquanto surfista, Kopke acompanha o circuito mundial e, claro, Frederico Morais. “Tem sido fan- tástico. Sempre foi um supercompe­tidor. Sempre teve uma garra acima do normal. E comprovou que é ali que tem de estar”, salienta. E apesar de ter sido campeão em todas as categorias, ter um 2º lugar num Europeu Gromsearch e percorrido o Mundial de qualificaç­ão, é nas viagens que João é feliz. “É o expoente máximo do surf. Quando surfamos, não é só pela sensação de deslizar nas ondas, mas por toda a experiênci­a que o surf nos faz viver. As pessoas que conheces, o que vês”, lembra. “A competição vai sempre acompanhar-me, mas não define o meu percurso enquanto surfista. Os meus planos são levar as minhas histórias até mais gente. O meu sonho é fazer com que a prancha me leve a todos os países surfáveis, seja em rios, mar, lagoas, piscinas artificiai­s... para conhecer o Mundo inteiro”, diz. Que assim seja... *

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DIVIDIDO. João começou a surfar aos 8 anos, mas tem muitos outros interesses
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A fotografia é outra das suas paixões

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