Contribuições para o plano
Sem Cristiano Ronaldo, a Seleção Portuguesa apresentou-se disposta num 4x3x3, que no momento de organização defensiva se transformou num 4x1x4x1, pelo baixar de Ricardo Quaresma e Bernardo Silva para a mesma linha dos interiores João Mário e Adrien Silva, enquanto William Carvalho protegeu as costas da linha média.
Ao longo da primeira parte foi bastante efetiva a pressão da Seleção Nacional na construção adversária. Recuperou bolas em zo-
MOBILIDADE ENTRE BERNARDO SILVA E JOÃO MÁRIO FOI UM DOS TRAÇOS DO MELHOR PORTUGAL NO JOGO
nas altas e aproximou-se do golo após as recuperações, e soube reorganizar-se baixando metros para reagrupar a equipa em menos metros nos momentos em que a Tunísia saiu da pressão com bola dominada. [1] Ofensivamente foi uma equipa ainda com pouco entrosamento, com uma dinâmica de movimentos e sobretudo de decisões por afinar, bem expressa na quanti- dade de vezes que o portador não encontrou o espaço que quem o rodeava pediu para receber. Vários passes errados foram impedindo a melhor progressão apoiada do jogo português, que encontrou os seus melhores momentos nas decisões e execução de Bernardo Silva e João Mário. Aqualidade de definição de Bernardo ficou bem patente no lance que inaugurou o marcador. Atraiu os defesas opositores a si, e posteriormente libertou Quaresma, que recebeu já contra defesa central adversário, o que permitiu que André Silva na grande área enfrentasse uma situação de resposta a cruzamento, contra apenas um central, pois no início da jogada, o outro defesa central da Tunísia foi forçado a sair ao corredor lateral, pela forma como Bernardo temporizou e ofereceu a bola a Quaresma. [2] Muito do que de bom produziu a Seleção Nacional passou também pela presença interior de João Mário, que mesmo tendo sido algo perdulário na zona de fi- nalização, assegurou não somente linhas de passe, ora dentro, ora fora do bloco adversário, como também ligações de qualidade que ajudaram Portugal a progredir no terreno. Amobilidade entre Bernardo e João Mário na metade direita do campo, e a astúcia de Adrien na movimentação para as costas dos médios adversários, quando um dos mais adiantados pegava na bola mais baixo [3], foram um dos traços do melhor Portugal no jogo. *