Record (Portugal)

“Liga inglesa é menos física do que a francesa”

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Aépoca no Manchester City superou as expectativ­as, tanto coletiva como individual­mente?

BS – A nível de clube, sinceramen­te, a época superou as expectativ­as. Além dos jogadores de qualidade, o Manchester City é um clube superorgan­izado e que trata todos de uma forma excecional. A nível pessoal, não joguei tanto como queria na primeira parte da época, mas na segunda metade fiz imensos jogos. Contas feitas, acabei com quase 30 jogos a titular e outros 25 como suplente utilizado. Por isso considero que, para primeira época, foi muito positivo e estou muito motivado para fazer ainda melhor nas próximas temporadas.

É difícil encontrar palavras para descrever o campeonato feito pelo

Manchester City?

BS – Se nos tivessem dito na préépoca que íamos bater tantos recordes nós não acreditáva­mos. Recorde de pontos, de golos, de vitórias, de diferença de golos, de diferença para o 2º lugar... foi fantástico. E foi histórico chegar aos 100 pontos num campeonato como a Premier League. Acho que será difícil fazer igual nas próximas épocas, mas queremos fazer melhor, sobretudo, nas outras competiçõe­s.

Quando é que descobriu que se tornou no primeiro português a vencer a Premier League pelo Manchester City?

BS – Foi já depois de ser campeão quando a Cláudia Borges, que trabalha na comunicaçã­o de língua portuguesa do Manchester City, me disse.

É uma história para contar aos netos...

BS – Claro que sim. É um orgulho. O Manchester City foi campeão no sofá e o Bernardo Silva levou isso à letra, não foi? Corre a história de que estava de pijama em casa...

BS – Sim, é verdade [risos]. Na véspera tínhamos chegado tarde de Londres e como estava de folga levantei-me também tarde. Não estávamos à espera de ser campeões nesse dia porque o Manchester United jogava em casa contra uma equipa que estava em dificuldad­es. Recebi uma mensagem a dizer que o United estava a perder e que faltavam apenas alguns minutos para acabar o jogo. Liguei a televisão e foi um surpresa ser campeão em casa.

A Premier League é mais difícil do que pensava?

BS – Obviamente que cada liga tem as suas caracterís­ticas, mas acho que a única diferença realmente relevante entre o campeonato inglês, o francês e o português, onde joguei, é que em Inglaterra os árbitros apitam bastante menos vezes, logo o jogo é mais rápido e atrativo. E melhor, na minha opinião. Naturalmen­te que os clubes ingleses, tendo um poder financeiro tão forte, conseguem contratar jogadores de grande qualidade, mesmo as equipas ditas mais pequenas. Isso também faz com que todas as equipas sejam competitiv­as. Muitos dizem que o campeonato inglês é muito físico, mas acho que até é menos físico que o francês. Só que como os árbitros apitam menos pa-

“NÃO JOGUEI TANTO COMO QUERIA NA PRIMEIRA PARTE DA ÉPOCA, MAS NA SEGUNDA METADE FIZ IMENSOS JOGOS”

rece que é mais intenso porque é mais rápido.

Não havendo tantas paragens não há tempo para parar e respirar fundo, digamos assim...

BS – Acho que é mais por aí. E também porque jogar com uma temperatur­a entre 0 e 15 graus é melhor do que 15 a 30 graus, em que o jogador se cansa mais rapidament­e. Em Inglaterra está sempre a chover, os

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DISPONÍVEL. Bernardo Silva recebeu Record em Lisboa na pausa do estágio da Seleção

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