Record (Portugal)

“GUARDIOLA INSISTE NAS COISAS SIMPLES”

-

Parece- nos óbvio que aprendeu com Pep Guardiola. Gostaríamo­s que nos explicasse, taticament­e, o que ele lhe ensinou ou em que aspetos é que o ajudou a evoluir como futebolist­a?

BS – Além da imensa informação em aspetos táticos que ele nos passa, quando estamos a fazer pressão alta, quando estamos a fazer pressão de bloco médio ou baixo, quando atacamos com bola na zona de construção ou na zona de finalizaçã­o, o mais importante é o facto de todos os jogadores se sentirem importante­s, tanto os que jogam mais como os que jogam menos. Assim como a ambição que Guardiola nos transmite. Chegámos a ganhar vários jogos seguidos e ele dizia-nos que as grandes equipas depois de ganharem 10 jogos querem ganhar o 11º; depois de ganharem 15 querem vencer 16; depois de vencerem 50 querem o seguinte… A motivação e ambição que a nossa equipa teve fizeram a diferença.

Guardiola já admitiu que um treinador exigente. De que nível de exigência estamos a falar?

BS – Por exemplo, na fase de finalizaçã­o, em que tens de tirar um adversário da frente para rematar, ou quando falhas um golo de baliza aberta, algo que ninguém quer, até nem é com isso que ele nos chateia mais. Mas nas coisas simples, como falhar o toque de primeira para trás, o apoio, na receção ser bem feita, recebendo a bola com o direito para jogar logo com o pé esquerdo, acelerar os processos. É nessas coisas que ele insiste mais connosco.

Enquanto eu cá estiver, o Bernardo Silva não sai”; “Bernardo Silva joga sempre bem, é perfeito.” Quando ouve Guardiola a dizer isto, qual é a sua reação: esboça um sorriso e agradece ou pensa que não pode baixar afasquia? BS – Claro que é ótimo ouvir essas

“GUARDIOLA FAZ TODOS SENTIREM-SE IMPORTANTE­S, TANTO OS QUE JOGAM MAIS COMO OS QUE JOGAM MENOS”

palavras do treinador. Obviamente que, ouvindo isto, tenho sempre de fazer o melhor, porque o objetivo do treinador é puxar pelo jogador, nos bons e maus momentos, e quando ele diz este tipo de coisas é para me motivar ainda mais.

Vamos recuar até ao ano passado: lembra-se quando é que o Manchester City falou consigo pela primeira vez?

BS – Nos últimos meses da época, o Jorge Mendes, o meu empresário dizia-me: ‘Eu não te vou falar de nada porque quero que te concentres nos jogos finais da época. No final da época falamos.’ Fui campeão pelo Monaco e tinha previsto cinco dias de férias com os meus amigos em Palma de Maiorca. Ao segundo dia recebo um telefonema do Jorge Mendes com a notícia da proposta do Manchester City. Explicou-me tudo e disse-me: ‘Se concordare­s, depois de amanhã viajas para Manchester e assinas.’ Não pensei duas vezes porque era uma proposta irrecusáve­l, poder jogar na Premier League e num dos melhores clubes do Mundo. Em vez de cinco dias em Palma de Maiorca fiquei só quatro (risos).

E nesse telefonema o Jorge Mendes falou-lhe de outros clubes?

BS – Eu acho que houve mais clubes interessad­os, mas não tive propostas concretas. Acho que foram histórias de jornais e, por isso, prefiro não falar sobre isso. Primeiro porque não tenho a certeza e segundo porque sou jogador do Manchester City e estou satisfeito. Foi a melhor escolha que podia ter feito. *

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal