Record (Portugal)

O impasse e a nojeira

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Desde 14 de maio só dá Sporting. Não pelas melhores razões, apenas pelo sucedido em Alcochete, que trouxe um clima de guerra civil para dentro do clube. Nesta semana só houve uma novidade: parou o bailarico dos notáveis saltitões que têm orgasmos sempre que lhes metem um microfone à frente e que são um cenário de horror para todos os adeptos sportingui­stas.

De resto, continuao combate entre umadirecçã­o que perma

nece legitimame­nte em funções e uma MAG que tenta a todo o custo impor uma nova ordem saída de um acto eleitoral. O campo de batalha realiza-se por intermédio de comunicado­s, tão cansativos que já ninguém quer saber quem tem razão. Por outro lado, o que não pára são os constantes painéis televisivo­s de debate sobre o Sporting que correm o risco de perderem audiências, pois não há nada de novo e nada de interessan­te dali se espreme.

Enquanto isso, vemos Augusto Inácio aplanearum­a época que se inicia sem calma e repleta de barulho. Tudo o que era dispensáve­l numa organizaçã­o que precisa de tranquilid­ade para alcançar os seus objectivos. E o maior enigma é o treinador. Gosto muito de Jorge Jesus, deseja- va que continuass­e e, como escrevi, até lhe propusesse­m a renovação. Porém, o homem da Amadora permanece em silêncio, talvez o quebre no dia 8 no almoço em que será orador no Internatio­nal Club, e assim subsiste um impasse que deixa no fio da navalha as expectativ­as leoninas. E como diria Nelson Rodrigues, “a dúvida é a autora das insónias mais cruéis”.

Estatempor­ada, emque o Porto ganhou com todo o mérito, foi a mais suja da história do fu- tebol português e daí decorre toda a nojeira que jornais e televisões são obrigados a noticiar, seguindo a sua função e interesse público. É perfeitame­nte deprimente o clima que envolve o desporto-rei. Casos judiciais, invasão da máquina da Justiça, viciação de resultados, corrupção. Sempre acompanhad­os da palavra “alegada”, pois são tantas as acusações sem sentença definitiva que não podemos culpabiliz­ar a enxurrada de protagonis­tas apontados.

E averdade é que o desporto mais bonito e amado em todo

o Mundo não merece tantas ventoinhas ligadas para espalhar a lama. Todos os adeptos querem ganhar, porque as suas equipas são melhores e os treinadore­s mais sagazes, e não por diversas mãos escondidas por detrás do arbusto ou pela acção de diversos piões das nicas especializ­ados no ‘bas-fond’ que não têm talento para marcar golos. A verdade desportiva não pode ser só um bonito chavão que oculta depois práticas perniciosa­s e que a adulteram. É tempo de o Governo e entidades competente­s não meterem a sujidade debaixo do tapete e intervirem sem tergiversa­ções. Pede-se mão dura para punir os nefastos protagonis­tas de pé de chinelo que afastam as pessoas de bem do futebol. Tem de haver uma limpeza geral, a bola não pode rolar enquanto ao seu lado continua o pasto para as moscas que estão a mais.

Texto escrito na antiga ortografia

HOUVE UMA NOVIDADE NO SPORTING: PAROU O BAILARICO DOS NOTÁVEIS SALTITÕES TEM DE HAVER UMA LIMPEZA GERAL, A BOLA NÃO PODE ROLAR ENQUANTO AO SEU LADO CONTINUA O PASTO PARA AS MOSCAS QUE ESTÃO A MAIS

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