PESADELO ACABA EM JUSTA CAUSA
Num texto praticamente idêntico ao de Patrício, Podence invocou falta de condições para ficar
Depois de Rui Patrício, Daniel Podence. O avançado dos leões seguiu os passos do guarda-redes e capitão do Sporting e também ele fez chegar ontem à SAD a carta de rescisão, alegando justa causa. Num documento em quase tudo igual ao enviado por Patrício, horas antes, Podence explicou os motivos da rescisão contratual com os leões, apontando o dedo ao presidente Bruno de Carvalho, pela “pressão inaceitável” que pôs nos jogadores. O facto de a missiva ser idêntica à do guardião poderá explicar-se com o facto de Daniel Podence também ser agenciado por Jorge Mendes, da Gestifute. A única diferença entre os documentos prende-se com o relato dos acontecimentos registados na Academia de Alcochete, dia 15 de maio, pois Daniel Podence conta os acontecimentos de uma forma distinta. Em comum com Patrício apenas o facto de ligar os ataques à Academia, perpetrados por um grupo de cerca de 50 radicais, à conivência da SAD, que entende ter tido responsabilidade no que aconteceu. Mas já lá vamos... Além de todo o enquadramento legal necessário, Daniel Podence alega os mesmos motivos de Rui Patrício, consubstanciando a sua posição com intervenções do líder leonino junto do plantel, tanto na praça pública como de forma mais particular. São essas as “pressões” que o avançado do Sporting – que tinha contrato com os verdes e brancos até 2021, além de uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros – entende estarem na base do clima insustentável que acabou por conduzir à rescisão por justa causa. Por tudo isto, o avançado entende não estarem reuni- das as condições necessárias para continuar de leão ao peito.
“Podem voltar a atacar-nos”
Como já foi referido, a diferença nas cartas de rescisão prende-se com o que aconteceu na Academia de Alcochete, em maio. Sobre o caso em concreto, Podence relata o medo vivido durante o ataque e considera que os jogadores podem voltar a ser vítima dos radicais. “Existem responsáveis pelo ataque de Alcochete que fugiram e podem voltar a atacar-nos, até para nos intimidar com os nossos depoimentos”, pode ler-se no texto de desvinculação, no qual Podence diz ainda ter tido pesadelos com tudo o que aconteceu. *