“NÃO VEJO MOTIVOS PARAQUE SE DEMITA”
Médico, de 77anos, tem70 de filiação como sócio do Sporting. Foi cabeçade lista de Bruno de Carvalho ao Conselho Leonino em2011, 2013 e 2017e mantémo apoio incondicional ao presidente, apesar de se ter demitido daquele órgão consultivo
“SE [MARTA SOARES] NÃO SE DEMITIU, DEVERIA TER NEGADO IMEDIATAMENTE ESSA INFORMAÇÃO”
Porque se demitiu do Conselho Leonino?
JOÃO MESQUITA TRINDADE – Após a demissão em bloco da Mesa da Assembleia Geral, como a presidência do Conselho Leonino cabe, por estatuto, ao presidente e à vice-presidente da MAG, eu entendi como primeiro eleito e secretário que, estando decapitado o órgão, e com morte anunciada, deveria também demitir-me. Só por isso. Não tem nada a ver com qualquer posição ou afronta relativamente ao presidente do Conselho Diretivo, com quem mantenho as melhores relações e a quem mantenho o apoio incondicional. + Jaime Marta Soares não chegou a apresentar a renúncia.
JMT – Não sei. A mim disse-me que sim, agora diz que não. Não me parece muito curial que tenha sido anunciado e nunca desmentido que a MAG se demitiu em bloco e agora, por outras circunstâncias, foi conveniente dizer que não se tinha demitido. Se não se demitiu, deveria ter negado imediatamente essa informação. + Considera que houve falta de transparência?
JMT – Não quero empregar esse termo. Houve alguma falta de oportunidade, no sentido de esclarecer as coisas.
+ O Conselho Diretivo não caiu e não é certo que haja condições para a AGde destituição, no dia 23. Como interpreta este impasse? JMT – Eu não vejo motivos para que o Conselho Diretivo se demita, nomeadamente o seu presidente, Bruno de Carvalho. Não aconteceu nada de novo, imputável a ele próprio e ao CD. Já transmiti ao presidente Bruno de Carvalho o meu apoio. Estou com ele. A situação terá a evolução que tiver de ter, mas a minha opinião é que ele está no exercício legítimo das suas funções, porque ganhou as eleições com grande maioria. Não me parece que tenha havido causa para que se demita ou o Conselho Diretivo.
+ O facto de Rui Patrício e Podence terem rescindido altera a sua opinião? JMT – Não. Tem de se perceber o que está por trás destas rescisões por suposta justa causa. Continuo a não perceber qual é. O caso Bruma teve formas similares a estas e de- pois correu mal ao jogador e ao agente. É muito estranho que os dois documentos, do Rui Patrício e do Podence, sejam ipsis verbis. Algo está a ser cozinhado nos bastidores. O presidente revelou que o agente pretendia 7 milhões de euros. Assino por baixo o que ele disse: uma coisa é negócio, outra é este tipo de chantagens. Acho muito bem que não se possa fazer chantagem com o Sporting, como
se fazia antigamente. Agora isso já não é possível. + ...
JMT – ... Às vezes lembro-me por piada: imagine-se que os jogadores se esforçavam de tal maneira e ganhávamos ao Marítimo, como fizemos sempre nos últimos anos; imagine-se que ganhávamos também a Taça, com o Desportivo das Aves. Nada disto tinha acontecido. Uma bola na trave, uma exibição menos feliz e dá nisto, nesta ‘tragédia’. Como digo, não vejo nenhuma causa, muito menos justa, para a rescisão de jogadores, nem para a demissão de Bruno de Carvalho ou do Conselho Diretivo. Aliás, julguei que uma das novidades que me ia dar é que o Sporting é campeão nacional de hóquei em patins. Lembro-me da frase do Camilo de Oliveira nas suas rábulas: ‘Isto é que vai uma crise!’ *