Record (Portugal)

Talento evidente mas falta ambição

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nosco, com o nosso futebol e com a ideia do que queremos. Foi muito mais fácil eles assimilare­m as nossas ideias por causa da qualidade intrínseca que têm. A nossa ideia é simples, queremos jogar bem e ganhar”, acrescenta.

Nem mesmo o facto de se tratar de um grande clube foi problemáti­co. Tratou-se, isso sim, de um passo natural. Que não assusta, apesar do impacto óbvio. “Saímos à rua e toda a gente nos conhece e pedem fotografia­s, sobretudo ao Pedro, que é o que aparece mais. Nesse aspeto foi brutal, pois tratase de um clube que é tipo o Benfica. É como sair da equipa de formação do Sporting e passar a treinar a equipa principal do Benfica”, admite Mauro. “Para nós é melhor. Nós somos pessoas de trabalho, gostamos de trabalhar, estudar todos os dias, evoluir. Trabalhar com jogadores deste nível todos os Aqualidade dos jogadores oriundos da Colômbia é sobejament­e reconhecid­a e Pedro Santos não deixa de sublinhar isso, mas faltam projetos bem estruturad­os para desenvolve­r o potencial que existe. “Para a realidade do país, há boas condições de trabalho. E têm talento, isso é evidente. Mas costumo dizer que eles perdem milhões todos os dias, porque não querem investir na qualidade do treino, na exigência no profission­alismo. Estão satisfeito­s com aquilo que têm”, lembra o treinador português. Já Mauro Bastos reforça a mesma ideia. “Não têm ambição. Preferem ir buscar um jogador credenciad­o e pagar muito por ele, em vez de investir na formação, ir buscar técnicos qualificad­os, melhorar as infraestru­turas, pensar a longo prazo. Fazer crescer os jogadores e depois vendê-los”, frisa o antigo avançado, sublinhand­o: “Há resistênci­a ao que vem de fora, sobretudo ao que chega da Europa.”

dias obriga a fazer coisas diferentes. Para nós é uma coisa natural. Temos o nosso modelo de treino, aquilo que queremos para a equipa em termos de jogo, isso não mudou nada”, frisa Pedro Santos. “Os nossos maiores defensores desde que começámos nos juniores do Pinhalnove­nse têm sido os jogadores. Não é mais ninguém. Acho que, para qualquer treinador, quem pode dizer que tu és bom são os jogadores, não é a imprensa, não os adeptos, que só veem os resultados”, diz Mauro, enquanto Ricardo Andrade reforça a aposta num estilo de jogo atra-

“A SITUAÇÃO ERA COMPLICADA, MAS NOS PRIMEIROS MINUTOS DE TREINO AGARRÁMOS LOGO OS JOGADORES”, DIZ PEDRO SANTOS

tivo. “No América, fizemos um golo numa jogada em que todos os 11 jogadores tocaram na bola, desde o guarda-redes. Mas também fizemos o mesmo no Pinhalnove­nse”, lembra o ex-guardião. Agora, seguem-se mais uns dias de férias antes de o trio regressar à Colômbia no dia 9 para iniciar a pré-época, que vai dividir-se entre Cali, Medellín e os Estados Unidos (o América vai fazer jogos de preparação em Nova Iorque e Houston). E, pelo meio, há ainda que fazer alguns acertos no plantel para tentar fazer uma boa época. *

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