Sair em grande
Foi anunciado com dúvidas. Um largo sector do madridismo olhou para a chegada de Zidane ao comando técnico dos merengues com desdém e desconfiança. O mundo blaugrana veio logo dizer que o Real Madrid tentava uma imitação barata do que o Barcelona atingiu com Guardiola. Algo condenado ao fracasso.
Zizou, que enquanto jogador foi dos maiores da história, manteve a calma. O discurso sereno, tranquilo, virado para os jogadores. Os mesmos que já não podiam aturar Rafael Benítez, antecessor do francês, olhavam agora para o novo treinador como um deles. Com respeito por tudo o que ele fez dentro do campo.
Zidane acalmou as guerras de egos. Também ele foi, noutra
ZIZOU NÃO PRECISOU DE GRITAR, SER POLÉMICO, QUERER PROTAGONISMO OU TER FRASES FORTES
era, um dos galácticos de Florentino Pérez. Sabia como acalmar um balneário em que o enorme talento de muitos jogadores andava de braço dado com o egocentrismo dos mesmos. Soube trabalhar com cada um deles, dar-lhes a importância que gostam de sentir. E estes retribuíram com resultados.
Foramnove títulos em duas épocas e meia. E três Champions consecutivas. Mesmo assim, durante a época que agora terminou, muitos colocaram em causa a sua competência devido à má campanha interna. E Florentimo até se preparava para despedi-lo, caso fosse eliminado pelo PSG. Em poucos meses tudo mudou. E agora o presidente diz-se devastado pela saída de Zidane.
Não precisou de gritar, ser polémico, querer protagonismo ou ter frases fortes nas conferências de imprensa. Não é preciso nada disso para se ser um treinador vencedor. Zidane é um gigante do futebol. E está destinado a ser ainda maior.