“CLUBES NÃO TÊM VISÃO CONJUNTA”
Os episódios de violência sobre jogadores que se registaram em Guimarães e em Alcochete esta época são sinais de quê? MANUEL MACHADO – Da nossa sociedade. Vivemos dias de permissividade e o futebol, que é uma área de atividade muito aberta, está mais exposto a este tipo de coisas. Não vou dizer muito mais do que isto porque durante duas ou três semanas foi uma coisa… Enfim. A comunicação social é um parceiro fundamental na nossa atividade, importante para os dois lados, mas há um contributo negativo que tem de ser apontado.
A base deste clima de tensão são os discursos inflamados e o eco que lhes é dado?
“É PRECISO CRIAR ALGO QUE TORNE A NOSSA LIGA MAIS INTERESSANTE. (...) SER 7º OU 14º É EXATAMENTE O MESMO: NADA!”
MM – Catalisam os discursos, sim. Quando as próprias pessoas nos programas de televisão quase chegam a confronto físico… Isso dá azo a episódios como o de Alcochete. E esse é apenas o episódio mais recente, já morreu gente nos estádios, na periferia dos estádios, os confrontos com as forças de segurança são constantes... Urge, de facto, travar isto.
O que pode fazer-se? Os clubes, por exemplo, não têm demasiado poder sobre a competição, sobre a própria Liga?
MM – Quem tutela, a secretaria de Estado, a FPF e a Liga, não têm cabalmente feito o necessário e