Record (Portugal)

“O futebolist­a agora está mais vulnerável”

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O papel do jogador, qual é? A credibilid­ade da classe também está a ser afetada pelos processos Jogo Duplo e Cashball?

MM – Isso é uma questão transversa­l. O futebolist­a hoje está muito fragilizad­o, porque o que auferia há 10 ou 15 anos, retirando-se daqui os expoentes mediáticos da modalidade, já não se verifica. Antes, uma carreira média/alta garantia uma vida sem sobressalt­os desde que houvesse algum juízo na gestão dos vencimento­s. Agora não. Hoje o jogador de futebol, embora as pessoas ouçam falar muito dos grandes nomes e dos muitos milhões, para ganhar 50 ou 60 mil euros líquidos por ano já tem de estar num patamar muito aceitável. Eu diria que se fossemos fazer uma média não andará muito longe disto…

Estão mais vulnerávei­s? MM – Sim. E se não houver uma solidez intelectua­l e formativa por parte deles, ficam sujeitos a esse tipo de assédio e eventualme­nte ceder a ele.

Já foi confrontad­o com algum tipo de aliciament­o? MM – Não. Houve aquelas situações de um prémio extra no final de um campeonato, para ganhar, mas eu a esses mando falar com quem de direito. Já ouvi falar de muita coisa. Era uma prática corrente, não sei se continua a ser ou não, mas tanto quanto li agora é crime. Nunca recebi um cêntimo para ganhar aqui ou ganhar ali, mas que há esse tipo de abordagens há. Disse-lhes sempre que isso não era comigo. *

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