Record (Portugal)

“NÃO SEI SE JÁ COMI BICHOS ESTRANHOS...”

- CLÁUDIA MARQUES

A poucos meses de se realizar um Campeonato do Mundo,

José Fonte arriscou e partiu para a China. A cultura diferente em que o defesa está a aprender a viver foi um dos temas para mais um programa ‘Seleção à medida’, assunto que começa praticamen­te com uma provocação do alfaiate Paulo Battista, que tenta saber se José Fonte já comeu... algum bicho estranho. “Se comi não sei. Não consigo”, assume o internacio­nal português. “Chego lá de manhã, bebo chazinho com eles. A comunicaçã­o... está quieto! Falamos por gestos, alguns arranham o inglês. Eu, o Gaitán e o Carrasco tentamos ao máximo integrar-nos e fazer parte; nós é que somos os estrangeir­os, temos de fazer por isso. Falamos por gestos, é a linguagem mundial”, acrescenta o defesa, de 34 anos. “É uma língua complicada. Sei dizer olá, obrigado, contar até dois e pouco mais”, remata. O jogador fala ainda do seu percurso e lembrou como foi difícil sair pela primeira vez do Sporting. “Fui dispensado aos 13 anos. Para um jovem é difícil, foi um abrir de olhos. Damos as coisas por garantido e depois, quando acontece uma coisa destas, cai tudo”, explica. Em seguida relembra o regresso a Alvalade e... os clubes que viu fechar. “Tive a sorte de encontrar o míster Norton de Matos, que foi a única pessoa se calhar que apostou em mim, que acreditou no meu valor aos 20 anos, quando o Salgueiros era o antigo Salgueiros. Dois meses lá, até o clube fechar. O míster falou com Diamantino Miranda para ir para o Felgueiras. Um ano muito bom , o Felgueiras fechou as portas também”, lembra. Em Inglaterra também teve de ser vendido ao Southampto­n, então na 3ª Divisão, para que o clube sobrevives­se.

O central não esconde a gratidão que sente por Luís Filipe Vieira, que quando o foi buscar ao V. Setúbal para o Benfica pagou aquilo que os sadinos lhe deviam. “Deu para dar entrada para a minha primeira casa”, lembra. Seguiu-se Inglaterra. “Foi a melhor coisa que fiz”, garante, mostrando-se feliz pelo percurso que fez até à Premier League. E a ida para a China, como aconteceu? “Foi uma oportunida­de difícil de recusar”, garante. *

“FALAMOS POR GESTOS, É A LINGUAGEM MUNDIAL. SEI DIZER OLÁ, OBRIGADO, CONTAR ATÉ DOIS E POUCO MAIS”

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal