“Everton é o passo certo na minha carreira”
Aos 40 anos, ser treinador do Everton, depois de na Premier League já ter treinado o Hull City e o Watford, é o passo certo na sua carreira?
MS – Sem dúvida. Quando entramos num projeto é porque sentimos que é o projeto certo. Este mais do que os últimos, porque tenho perfeita noção de que tomei algumas decisões que eram arriscadas. Por exemplo, a decisão de vir para o Hull City num momento difícil do clube, mas era um objetivo de carreira vir para a Premier League e tomei essa decisão naquele momento, uma decisão de risco. Mas um objetivo de chegar, de melhorar o clube e ir melhorando a minha posição neste campeonato. Depois veio o Watford e agora o Everton, que tenho a certeza absoluta de que é o projeto certo, que eu procurava. A forma como o dono, o presidente do clube, o CEO e o diretor desportivo me apresentaram o projeto percebi de imediato a dimensão. Para quem conhece a história deste clube é fácil perceber que é muito grande em Inglaterra, com uma capacidade de apoio da sua massa associativa. É o passo certo na minha carreira, sem qualquer dúvida.
Tem objetivos com algum prazo. O Everton pela dimensão, num curto prazo de tempo, conseguirá entrar na luta pelos primeiros lugares?
MS – Nunca iremos entrar nessa luta pela dimensão do clube e pelos adeptos fantásticos que temos e pela história do clube. Se tivermos essa capacidade é porque fizemos as coisas muito bem. Temos de dar passos assertivos. Para já nas decisões que temos de tomar no plantel, porque é um plantel enorme, com 38 jogadores. Temos muitas decisões para tomar, para depois podermos atacar o mercado. Temos de o atacar, porque temos de melhorar a equipa, também. Será sempre porque tivemos a capacidade de fazer as coisas bem que nós nos poderemos vir a intrometer. Não é justo, neste momento, colocar já toda essa pressão sobre a equipa. Os nossos adeptos esperam isso, sem dúvida. Não é estar a pedir tempo, não podemos é começar já a meter pressão na equipa. O clube há cinco anos conseguiu ficar em quinto lugar. Houve essa possibilidade, o clu-
“A EQUIPA TEM DE SER AMBICIOSA E JOGAR FUTEBOL ATRATIVO PARA OS NOSSOS ADEPTOS”
be fez uma excelente época e conseguiu. Não é que seja esse o objetivo. Ninguém falou comigo relativamente a nenhuma posição na tabela. A equipa tem ser ambiciosa e jogar um futebol atrativo para os nossos adeptos. Tem de mostrar um comportamento e uma ambição muito grande em todos os jogos e é isso que prometemos.
Qual é a sua principal prioridade nesta aventura no Everton? MS – Não consigo dizer qual será a principal. É importante começarmos já a conhecer toda a gente, analisar tudo. Começar a construir uma boa relação, porque é muito importante para mim. Gosto de trabalhar com bom ambiente e com bom relacionamento. Fiz o meu trabalho de casa. Há muitas coisas para fazer. Passo a passo temos tempo e tempo suficiente para fazer isso. Temos de fazer os adeptos orgulhosos da nossa equipa. Criar uma forte ligação entre eles e a equipa. Sei porque o senti quando joguei contra o Everton. Uma grande atmosfera no Goodison Park, eles apoiam muito a equipa. *