Record (Portugal)

“UNIÃO MARCOU A DIFERENÇA NO EURO”

- RAFAEL SOARES

A conquista do Euro’2016 ainda está fresca na memória dos portuguese­s, que esperam agora repetir o sonho no Mundial. Para isso, será necessário replicar o segredo do sucesso, revelado por Eduardo, um dos 23 heróis de França, que conversou de forma animada com o alfaiate Paulo Battista em mais um programa ‘Seleção à medida’. “Vivemos momentos fantástico­s. A união marcou a diferença”, diz o guardião, que desta vez não foi eleito por Fernando Santos.

Sempre de sorriso na cara, o guarda-redes do Chelsea, de 35 anos, deu a conhecer as suas humildes origens, lembrou o seu trajeto e revelou as principais dificuldad­es a ultrapassa­r. Natural de Mirandela, ganhou o primeiro ordenado no V. Guimarães, de onde foi dispensado. No entanto, um treinador olhou por ele, o sr. Rocha. “Se sou o que sou, foi graças a esse senhor. Ia buscar-me a casa, levou-me a treinar ao V. Guimarães e depois ao Sp. Braga”, relata. Foi ao serviço dos arsenalist­as que Eduardo se destacou na 1ª Liga, mas o salto entre rivais podia ter conhecido um desfecho menos feliz. “O diretor desportivo da altura disse-me ‘Tu vens de Guimarães e queres vir para aqui? Vais é já embora’”, conta. “Fui treinar-me quase com as lágrimas nos olhos, mas agradei ao treinador”, conclui. Uma história bem-sucedida, que lhe valeu a primeira internacio­nalização em 2009. “Foi tudo rápido. Depois, fomos ao Mundial, que foi excelente, a nível pessoal”, analisa. Seguiu-se o Génova, o que lhe valeu autoridade suficiente para dar uma pequena lição de italiano a Paulo Battista. “É fácil de aprender”, considera. Mais “duro” foi o percurso no Benfica pela falta de minutos, apesar do “orgulho em lá ter passado”. No Chelsea, também é raro jogar, mas o espírito agora é outro. “Temos um grupo fantástico de treinadore­s e há uma sincera amizade com todos.”

Eduardo teve uma carreira feliz, mas nada lhe caiu do céu. “Tive mais do que aquilo que sonhei (...) Mas costumo dizer que cheguei onde cheguei, não só pela qualidade, mas pelo trabalho. Sempre fui muito consciente daquilo que precisava de fazer e vou ser assim até pendurar as botas”, remata. *

“COSTUMO DIZER QUE CHEGUEI ONDE CHEGUEI, NÃO SÓ PELA QUALIDADE, MAS TAMBÉM PELO TRABALHO”

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