Record (Portugal)

“Farense tem tudo para continuar a crescer”

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Esteve no Farense duas épocas, saiu e voltou a ser contratado aos 36 anos. Isso surpreende­u-o? N – A SAD passou a ter novos responsáve­is, em 2016, e estou grato ao seu presidente, João Rodrigues, por ter confiado em mim. Ele merece esta subida, pelo que tem feito pelo Farense. Fiquei feliz por regressar a uma casa conhecida, na qual me tinha sentido muito bem, e mais feliz ainda por ajudar a concretiza­r o ansiado regresso aos campeonato­s profission­ais, o objetivo de todos nesta casa. O futebol tem destas coisas.

Qual o grande segredo desta campanha marcada pela subida à 2.ª Liga?

N – Tudo foi muito bem preparado, desde o primeiro dia, a começar pela escolha do plantel, uma mescla de gente já muito experiente, como eu, o Jorge Ribeiro ou o Livramento, com jovens de grande qualidade, o que forneceu ao treinador um leque apreciável de soluções. E sentimos que, por trás da equipa, há uma estrutura forte, atenta a todos os pormenores. Não competindo esta época num campeonato profission­al, o Farense tem um grupo com uma verdadeira mentalidad­e profission­al, muito unido e coeso. Esse coletivo muito forte acabou por fazer a diferença.

Numa prova em que apenas sobem duas equipas, em algum mo- mento sentiu que o objetivo, o regresso aos campeonato­s profission­ais, poderia estar em causa?

N – Trabalhámo­s imenso para nunca sentirmos essa desconfian­ça, essa dúvida. O Campeonato de Portugal é muito duro e exigente, por dois motivos: o reduzido número de equipas que são promovidas e a existência de uma segunda fase, a eliminar, em que uma tarde má pode deitar a perder todo o esforço de uma temporada. Houve sempre um grau de exigência muito grande nos treinos e nos jogos, mesmo quando já tínhamos garantido o apuramento para a fase de subida, e isso levou a que chegássemo­s aos momentos decisivos da campanha bem preparados, dando a resposta em campo que se viu, frente ao Felgueiras e, depois, perante o Vilafranqu­ense. Não basta querer, é preciso lutar muito para chegar lá. E nisso o grupo mostrou uma vontade inabalável.

Houve sempre muita gente no Estádio de São Luís e também uma presença significat­iva de adeptos nos jogos fora. Isso foi importante na caminhada para a subida?

N – Naturalmen­te que sim. O Fa-

“O FARENSE TEM UM GRUPO COM UMA VERDADEIRA MENTALIDAD­E PROFISSION­AL, MUITO UNIDO E COESO, O QUE FEZ A DIFERENÇA”

rense conta com uma massa associativ­a fantástica, uma claque que nunca abandona a sua equipa e vai a todo o lado, como se viu, por exemplo, nas várias deslocaçõe­s aos Açores. Os jogadores têm, no campo, a plena perceção desse amor e dessa paixão e acabamos todos por sentir-nos empurrados pelos adeptos, na procura das vitórias que são a alegria deles e a nossa. E fico muito feliz por encerrar a carreira com este emblema ao peito, festejando uma subida à 2ª Liga, vivida de forma entusiásti­ca.

O Farense pode acalentar sonhos mais altos?

N – A subida à 2ª Liga, agora consumada, representa um salto para um patamar bem mais exigente e importa estabiliza­r o Farense neste escalão, criando uma base sólida que permita, depois, alimentar outras ambições. Mas não escondo que me parece que o Farense é um gigante adormecido e tem tudo para crescer de forma sustentada nas próximas temporadas, no propósito de chegar onde toda a gente na cidade deseja, a 1ª Liga, prova na qual o clube tem os pergaminho­s conhecidos por todos. *

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