Record (Portugal)

VITÓRIA EUROPEIA É APOSTA COM LÓGICA

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Raramente o título mundial escapa a uma equipa de um continente diferente do organizado­r

A Rússia acolhe a 21ª edição do Campeonato do Mundo. Para trás já estão duas dezenas de fases finais e uma rápida análise aos resultados não nos mostra apenas que Portugal se dá bastante melhor a jogar na Europa em contraste com o que sucede noutras paragens. Poucas são as seleções que rendem mais a alinhar em continente­s distintos do seu. Tem dúvidas? Então fique sabendo que somente quatro fases finais

EM 16 DOS 20 MUNDIAIS, A VITÓRIA FICOU COM UMA EQUIPA DO CONTINENTE QUE ACOLHEU A COMPETIÇÃO

terminaram com um vencedor ‘intruso’, que é como quem diz, oriundo de outro continente. Feitas as contas, isso significa que 80% das competiçõe­s acabaram por coroar formações da respetiva zona geográfica.

Mas entre as quatro exceções existem duas situações que merecem um enquadrame­nto diferente. Os Mundiais efetuados na Coreia do Sul/Japão (2002) e na África do Sul (2010) dificilmen­te poderiam terminar com o triunfo das seleções dos continente­s ‘caseiros’. Tudo porque nunca houve títulos para essas seleções. Logo, os sucessos do Brasil na Ásia e da Espanha em África acabam por ser interpreta­dos de forma diferente.

Os feitos de Brasil e Alemanha

Assim sendo, de forma realista, apenas se devem considerar duas verdadeira­s exceções à ‘ditadura geográfica’. Acontecera­m em 1958, na Suécia, com o triunfo brasileiro; e em 2014, na última edição da prova, com a Alemanha a impor-se no Brasil.

Em nove das 20 finais, praticamen­te metade, até os dois finalistas pertenciam ao continente que servia de palco à fase final, reforçando a ideia de que existe mesmo uma ligação direta entre o bom desempenho desportivo e o local da prova.

Assim, se pretender apostar no nome do próximo campeão ainda antes de a bola começar a rolar nos relvados russos, a lógica diz para acreditar preferenci­almente em seleções do Velho Continente. Porém, claro está, tenha em consideraç­ão que a história apenas nos mostra tendências. Se fosse tão linear quanto parece, não estaríamos a falar de futebol, mas sim de matemática... *

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EXCEÇÃO. A Alemanha fez a festa no Brasil, em 2014

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