Record (Portugal)

Sei o que quero e para onde vou

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Jogos Olímpicos de 1928, disputados em Amesterdão, foram palco da estreia da Seleção portuguesa em competiçõe­s internacio­nais. A Seleção chegaria a esses Jogos ainda sem qualquer vitória no estrangeir­o: desde a sua fundação, em 1921, apresentav­a cinco derrotas e um empate em jogos particular­es, este conseguido em Paris, na preparação para Amesterdão.

Levando nabagagema esperança e muitas interrogaç­ões, os portuguese­s partiram de Sud Express a 21 de maio e chegaram a Amesterdão no dia 23, depois de escala em Paris e uma viagem de quase… 40 horas! Parte dela seria ao som da guitarra de Carlos Alves (o original ‘luvas-pretas’, avô de João Alves) e de Raul Figueiredo, que cantava um fado que não se desejava triste por terras holandesas. Chegados ao exíguo Hotel Holanda, os portuguese­s tiveram nova experiênci­a lusitana, pois sentiram-se … sardinha em lata.

Apesar das adversidad­es e um mês após Salazar ter tomado posse da pasta das Finanças com um célebre “sei muito bem o que quero e para onde vou”, logo no primeiro jogo oficial, a Seleção soube o que quis e para onde ir e… venceu! A vitória tornou-se épica também porque, em menos de 15 minutos, Portugal sofreu dois golos e depois marcou… quatro: dois deles pelo grande belenense Pepe! Talvez o jogo tenha servido de ensaio para a afamada reviravolt­a em 1966.

O selecionad­or nacionalCâ­ndido de Oliveira ( o primeiro mestre) afirmou que “o onze de Portugal soube, à beira do abismo, reanimar-se, reconquist­ar a vantagem ao adver-

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