Record (Portugal)

“Tenho o direito de ser ambicioso”

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O caminho que escolheu como treinador é o que o pode conduzir ao topo da carreira?

MC – Sinto que os modelos que alimentam a capacidade de ser e as identidade­s fortes, são aqueles que permitem promover mais os jogadores. O Rio Ave é um claro exemplo disso. Esse é o caminho que ganha e faz um treinador ascender. Mais do que os números, o Rio Ave 2017/18 vai ficar marcado por um estilo que deixou claro. Um estilo que promove os jogadores e, por consequênc­ia, o treinador.

Está na rampa de lançamento? MC – Acredito que seja possível ascender a patamares superiores. Há sempre melhor. Quem não tem ambição de melhorar a sua vida e da sua família? Quem não tem a ambição de experienci­ar contextos de exigência superiores e testar-se a si próprio nesses contextos. É um direito que todos temos.

Não fazia sentido concluir primeiro o contrato com o Rio Ave? MC – O projeto Rio Ave é extremamen­te aliciante. Foi aliciante começar num clube que nos dá um espaço de ação grande. A grande caracterís­tica positiva da estrutura do Rio Ave é que permite que um treinador trabalhe sem interferên­cia, e respeita quando fazemos ver que o nosso espaço de ação é este. O que me permitiu gerir todo o processo com estabilida­de. O que fiz as pessoas perceber é que tudo iria fazer para produzir ativos. Quiçá, este ano vão bater-se recordes de vendas.

Continuida­de ou não?

MC – Continuida­de ou não? É normal, como será sempre normal em pessoas ambiciosas, que quando terminam um trabalho, que no fundo fecha um ciclo claro, e isso é óbvio pela quantidade de jogadores que vão sair, que em função de tudo isto, se o treinador tiver oportuni-

“MORALMENTE NINGUÉM ME PODE DIZER QUE NÃO POSSO PROCURAR O MELHOR PARA MIM E PARA O MEU FILHO”

dade, é natural que também pense: ‘Por que não hei de eu valorizar-me também? Porque não hei de eu, que quero morar em Vila do Conde, manter a empatia tão grande com as pessoas que tão bem me receberam?’ Acho que são aspirações legítimas e que levam a que tenha uma ligação emocional brutal ao Rio Ave, que fica para a minha vida. Um respeito incrível pelo meu presidente, que teve sempre uma postura brutal comigo. Sempre. Mas ninguém me pode, moralmente, dizer que não tenho o direito de procurar o melhor para mim e para o meu filho. Isso não. E deixei sempre portas abertas em todos os clubes: desde o FC Porto à Académica, Sp. Braga, Sporting, Deportivo da Corunha e Shakhtar. Será assim no Rio Ave. *

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