CORRIDA AO OURO NO ‘ PÓS-PARIZAÇO’
Mesmo não sendo apontada como uma candidata de primeira linha à vitória, a seleção francesa lidera o segundo pelotão. Na ressaca de um calamitoso ‘Parizaço’ no Euro’2016, os gauleses ostentam um conjunto tremendo do ponto de vista individual, com soluções de qualidade para o meio-campo e para o ataque, o que fez com que Rabiot, Sissoko, Coman, Martial e Lacazette ficas- sem de fora. O grande desafio de Deschamps, prestes a completar o terceiro ciclo como selecionador, continua a ser o de oferecer consistência a um coletivo carente de um processo – defensivo e ofensivo – mais sólido, algo que não passa pela permanente variação de estruturas: do 4x4x2, onde concilia Griezmann e Giroud na frente, ao 4x3x3, 4x2x3x1 ou 4x1x4x1, que robustecem o sector intermediário e incitam à mobilidade e à criatividade das unidades mais adiantadas. Num grupo onde a Austrália assume o papel de antagonista mais débil, ainda por cima com uma mudan- ça profunda de ideário após a chegada de Van Marwijk, que perfilha um estilo mais físico e defensivo, Dinamarca e Peru prometem disputar a segunda vaga nos ‘oitavos’. Se os europeus apostam na dimensão física, mas com limitações defensivas, nomeadamente na zona central da defesa e do meio-campo, e uma dependência extrema do talento de Eriksen, o rival sul-americano extravasa paixão e um namoro permanente pelo bom futebol. Muito mérito de Ricardo Gareca, sagaz a retirar o melhor de tecnicistas com um trajeto pautado pela irregularidade. *
França lidera o segundo pelotão de candidatos ao título; Dinamarca e Peru na luta pelos ‘oitavos’