MAIS DÚVIDAS DO QUE CERTEZAS
O que nasce torto também se endireita. É sob este prisma que a albiceleste aborda um Mundial onde a sua prestação gera mais perplexidades do que certezas. Para trás fica um trajeto tergiversante na qualificação, em que o apuramento foi afiançado ao soar do gongo com um festival de Messi, já com Sampaoli como selecionador. Contudo, um planeamento caótico pré-Mundial, onde chegará com apenas um particular disputado (frente ao Haiti), deixa crer que Sampaoli está mais inquieto em encontrar os melhores escudeiros do jogador que poderá conduzir a Argentina a um êxito que foge há 32 anos, do que em procurar impor o seu ideário arrojado. Do meiocampo para a frente, o talento é transcendental, ao ponto de Dybala ocupar um papel subalterno. Só que um sector defensivo remendado e um tridente de guardiões trintões que não totalizam juntos dez internacionalizações podem comprometer, sobretudo quando o processo de- fensivo está muito longe de exibir solidez. Na fase de grupos terá no caminho três oponentes com aspirações à 2ª fase: a poética Croácia, fiel a um futebol de posse, comandado por um cerebral Modric, com dinâmica, explosão e desequilíbrio, mas muitas incongruências no processo defensivo; a irreverente Nigéria, com um meio-campo musculado e um ataque pleno de verticalidade, a quem falta um guarda-redes e um sector defensivo mais consistentes; e a solidária e organizada Islândia, que procura repetir o conto de fadas do Euro’2016 com a força descomunal do coletivo. *
Messi e a Argentina chegam à Rússia como candidatos, mas com problemas para resolver