TUDO OU NADA APÓS DESILUSÕES
Após o eclipse internacional entre 2002 e 2012, a geração talento do futebol belga – que tem De Bruyne, Eden Hazard e Lukaku como principais rostos – emergiu como grande candidata a revelação no Mundial’2014 e no Euro’2016. Contudo, depois de apuramentos flamejantes – algo que se repetiu no ciclo 20162018, dilatando o registo para retumbantes 24 vitórias e 5 empa- tes em 30 jogos –, os quartos-definal aniquilaram o apetite voraz dos diabos vermelhos, que parecem talhados para baquear nos momentos decisivos. Na Rússia, as promessas já são certezas do futebol mundial, e o impressionante poderio ofensivo contrasta com as tibiezas de um processo defensivo que não ganha solidez com a opção por uma estrutura com três defesas. Uma aposta partilhada por Gareth Southgate na seleção inglesa, em que se percebe uma renovação e uma evolução de ideário após o pragmatismo excessivo de treinadores da velha guarda. Talvez ainda seja prematuro pensar em altos voos, já que a vontade de ter mais posse e controlo sobre o jogo esbarra na falta de um médio cerebral. Só que há hábitos enraizados de pressão alta e asfixiante, como também uma velocidade e verticalidade tremendas nas unidades ofensivas, acrescida pela presença de um avançado completíssimo: Harry Kane. A Tunísia, privada do mágico Msakni, e com um processo defensivo algo rudimentar, e o estreante Panamá, que dificilmente conseguirá acompanhar o ritmo frenético dos antagonistas europeus, parecem condenados. *
Belgas assumem papel de candidatos e ingleses surgem atrás, bem longe de Tunísia e Panamá