Record (Portugal)

João Pinto teve cheque na mão

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A mudança de ares de Paulo Sousa e Pacheco foi consumada, mas há um terceiro elemento que esteve perto de vestir a camisola do Sporting, ainda em 1993. João Vieira Pinto teve um cheque assinado pelo presidente do Sporting, Sousa Cintra, em mãos, e só não se transfere para Alvalade face à rápida atuação de Jorge de Brito, líder máximo das águias na altura.

O Sporting ‘rapta’ o camisola 8 da Luz, levando-o para Espanha, mais precisamen­te para Torremolin­os. Os leões oferecem-lhe um contrato de três temporadas no valor de 350 mil contos (cerca de 1,75 milhões de euros). Brito responde e dá mais 200 mil euros ao novo ‘Menino de Ouro”, convencend­o o avançado a permanecer de águia ao peito, depois de ter sido contratado ao Boavista em 1992, por cerca de 300 mil contos (1,5 milhões de euros).

Com pompa e circunstân­cia, o Benfica convoca uma conferênci­a de imprensa para mostrar a firmeza da atitude de João Vieira Pinto, que rasga o cheque que lhe havia sido dado por Sousa Cintra. Os verdes e brancos assumem também que não estavam cientes se teriam engenharia financeira suficiente para suportar uma possível derrota em tribunal, decorrente da rescisão por justa causa, levada a cabo por salários em atrasado. Quis o destino que João Vieira Pinto aterrasse mesmo em Alvalade já com um contrato ‘vitalício’ assinado com o Benfica até 2004. Com Vale e Azevedo na presidênci­a, o capitão das águias é dispensado e chega ao Campeonato da Europa de 2000, onde seria figura de proa, como jogador livre. “Gosto de me sentir útil e neste momento já não o era, uma vez que o treinador prescindiu dos meus serviços”, vincou JVP em conferênci­a de imprensa de emoções fortes, antes de rumar ao Sporting. *

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