“Portugal é, sem dúvida, um dos favoritos”
Parece- me justo dizer que é um dos portugueses mais russos de sempre. Concorda?
DANNY – Concordo! Foram muitos anos de Rússia, cheios de emoções e alegria. É um país que vai ficar sempre no meu coração.
Quando alguém pergunta pela Rússia, qual é a forma como descreve o país?
D – Descreveria como um país lindo, seguro e com muita cultura. É claro que no dia em que cheguei a Moscovo não foi amor à primeira vista, mas depois com o decorrer do tempo e com as mudanças que fizeram, a Rússia ficou espetacular.
É uma das suas casas?
D – Sim, é. Sempre o disse e vou continuar a dizer. É e será uma das minhas casas para o resto da minha vida. Lá nasceu a minha filha Emily, por isso vai ser impossível esquecer.
Foram 12 anos a jogar aqui, de certeza com muitas histórias... Uma das que deram mais nas vistas foi o facto de ter uma estátua. Quão especial é?
D – Foram muitos anos a jogar na Rússia, muitas histórias bonitas e momentos inesquecíveis. Claro que ter uma estátua é um momento marcante e especial para mim, mas consegui isto tudo porque ao meu lado sempre tive uma família que me acompanhou nos bons e maus momentos. Devo sempre a eles tudo o que consegui.
Quais são as memórias mais marcantes que tem da Rússia?
D – Conquistar a Supertaça Europeia com o Zenit contra o Manchester United em 2008 foi o primeiro de muitos momentos inesquecíveis e marcantes da minha carreira na Rússia.
Quais são as grandes dificuldades?
D – A língua, claramente, mas com vontade e querer aprende-se e fica mais fácil o convívio e a vivência no país.
Imagino que tenha muitas histórias curiosas para contar. Qual é a que mais destaca?
D – Tenho várias, mas se calhar a que se destaca mais é sobre a minha transferência do Dínamo para o Zenit pelo valor que foi dentro do mesmo país (30 milhões de euros). As pessoas falaram mal porque o Zenit era e é patrocinado pela Gazprom e começaram a dizer que quem pagou a transferência foram os cidadãos russos porque pagavam o gás mensalmente e estavam a roubá-los.
Houve momentos mais dramáticos?
D – Sim, as lesões que tive, mas faz parte da vida e só temos é que levantar e recuperar para voltar mais fortes. Graças a Deus eu consegui sempre voltar bem e conti- nuar o bom desempenho na minha carreira, mais uma vez, é claro, com ajuda importante da minha família, fisioterapeutas e amigos.
Hoje em dia, vê o futebol russo muito diferente daquele que conheceu? Já não é tão atrativo ou ainda é parecido?
D – Vejo sempre o campeonato russo e acho que continua igual, bastante competitivo e atrativo. Claro que falta o número 10 para pôr mais qualidade no campeona- to, mas pronto (risos)…
Que conselhos dá aos portugueses que vão cá estar?
D – Que aproveitem e conheçam bem as cidades onde vão estar. São cidades lindas e com cultura. Vão gostar e divertir-se bastante.
Acha que pode haver perigo? D – Não vai acontecer nada se Deus quiser. A Rússia está preparada e de certeza vai ser um dos Campeonatos do Mundo mais bonitos de sempre da história do futebol. * A Seleção Nacional pode contar com o apoio do povo russo durante todo o Mundial, tal como Manuel Fernandes afirmou numa das últimas conferências de imprensa, já aqui em Kratovo?
D – Claro, eles vão apoiar Portugal de certeza. Temos o melhor jogador do Mundo, temos um plantel com jogadores que jogam em algumas das melhores equipas europeias, Manuel Fernandes que é campeão russo… De certeza que teremos o apoio deles!
É legítimo considerar que Portugal é um dos principais favoritos à vitória final? O que pensa das hipóteses da Seleção Nacional neste Campeonato do Mundo?
D – São grandes. Somos campeões europeus, temos qualidade e bons jogadores a jogar nas melhores equipas do Mundo. De certeza que as outras seleções sabem que Portugal é sem dúvida um dos favoritos. *
“NO DIA EM QUE CHEGUEI A MOSCOVO NÃO FOI AMOR À PRIMEIRA VISTA, MAS A RÚSSIA FICOU ESPETACULAR”