A FESTA DO FUTEBOL REGRESSA ÀS AMÉRICAS
DEPOIS DE 1970, 1986 E 1994
Congresso da FIFA, realizado em Moscovo, tomou decisão para 2026, em prejuízo de Marrocos
O Congresso da FIFA, que ontem terminou em Moscovo, decidiu que o Mundial de 2016 terá lugar em três países americanos: Estados Unidos, Canadá e México. É a quarta vez que a grande competição se realiza sob a égide da CONCACAF, depois de México (1970 e 1986) e EUA (1994) terem acolhido o momento mais alto do futebol. A candidatura conjunta dos três países recolheu 134 votos favoráveis contra apenas 65 de Marrocos, numa votação que contou ainda com três abstenções – Espanha, Eslovénia e Cuba – e na qual o Brasil foi o único país americano a votar em Marrocos. Ficaram também definidas as cidades onde os jogos se realizarão, sendo que 17 são norte-americanas (Seattle, Nova Iorque, São Francisco, Denver, Los Angeles, Dallas, Houston, Kansas City, Orlando, Miami, Atlanta, Nashville, Cincinnati, Washington DC, Baltimore, Boston e Filadélfia), três são canadianas (Edmonton, Toronto e Montreal) e outras tantas mexicanas (Monterey, Guadalajara e Cidade do México), facto que traduz a preponderância dos EUA no palco principal da competição. O sucesso da escolha é também político e Donald Trump já se congratulou com a vitória indiscutível
DIVISÃO POR CIDADES NÃO É EQUITATIVA: 17 SÃO NORTEAMERICANAS, 3 CANADIANAS E OUTRAS TANTAS MEXICANAS
saída da votação de Moscovo. “Os Estados Unidos, juntamente com o México e o Canadá, garantiram o Mundial de 2026. Felicitações, trabalhámos muito para isso”, escreveu pouco depois de conhecidos os resultados do escrutínio. Recorde-se que Trump foi um defensor, desde a primeira hora, da candidatura tripartida, chegando mesmo a ameaçar quem não a apoiasse, como fez no passado mês de abril: “Seria uma pena que os países que nos apoiam noutras circunstâncias fizessem campanha contra a nossa candidatura. Porque apoiaríamos nós esses países quando eles não nos apoiam.” O presidente referia-se a âmbitos alargados, nomeadamente os políticos, no que foi entendido como severa intimidação ao espetro das nações ocidentais. *