Record (Portugal)

APOIO VEIO DO... RIVAL

Bouhaddouz repete feito de... Petit mas recebeu mensagem animadora do iraniano Ghoochanne­jhad

- DAVID NOVO. SÃO PETERSBURG­O

Aziz Bouhaddouz ficou ligado à derrota de Marrocos, depois de ter feito uma autogolo já em tempo de compensaçã­o. Habituado a acertar na baliza correta, este avançado tornou-se profission­al depois de vários anos de luta nos campeonato­s amadores da Alemanha, país para onde se mudou com apenas um ano. “A minha vida nunca foi fácil. Quando tinha 18 anos, trabalhava num restaurant­e de hambúrguer­es”, recordou Bouhaddouz. Até que o B. Leverkusen o descobriu nos relvados secundário­s alemães e apostou nele para a equipa B; atualmente representa o St. Pauli. Fora de campo, as tragédias sucede- ram-se: perdeu o pai aos 11 anos e a mãe pouco tempo depois. Voltando ao plano desportivo, o autogolo deixou Bouhaddouz abatido. “Senti-me um idiota”, confessou. O apoio veio de todos os lados, até de onde menos se esperava. Reza Ghoochanne­jhad, jogador do Irão, deixou uma mensagem ao colega de profissão nas redes sociais. “Bouhaddouz , não te conheço pessoalmen­te mas, na vida, às vezes ganhamos, outras vezes perdemos. Não permitas que este autogolo te deixe abaixo. Somos todos profission­ais e isto faz parte do futebol. Estou muito feliz e orgulhoso da minha equipa e do meu país, mas queria desejar-te o melhor”, escreveu o iraniano. Seja como for, o avançado de Marrocos entrou na história dos Mundiais, mas pela negativa, reservando um lugar onde já estava… um português. Desde Petit, no Mundial’2006, que um substituto não fazia um autogolo. *

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INFELICIDA­DE. Bouhaddouz não escondeu a tristeza no fim do jogo

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