Record (Portugal)

Positivo. Ambicioso. Convicto. Eis o presidente do Santa Clara, que há três anos foi eleito com um sonho: devolver os Açores ao escalão principal do futebol nacional. Agora quer mais apoios e melhores condições para o clube continuar a crescer.

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Esta subida de divisão é, para si, mais uma questão emocional do que umsimples ato de gestão?

RC – É uma questão emocional porque desde criança que acompanho o Santa Clara. A minha mãe é funcionári­a no estádio, o meu pai é polícia e eu, quando era miúdo, ia todos os fins de semana ver os jogos do Santa Clara. Recordo-me perfeitame­nte que ia três ou quatro horas antes, ajudava a minha mãe a arru- mar as cadeiras e estava com o meu pai a ‘discutir’ o policiamen­to... Eu cresci e aprendi a amar o Santa Clara, mas também a amar os Açores, porque esta subida não é apenas uma vitória do Santa Clara. Chego a dizer que é uma afirmação da autonomia dos Açores. Tanto assim é que recebemos umvoto de congratula­ção da Assembleia Legislativ­a Regional que refere, expressame­nte, que esta subida de divisão é fruto da afirmação da autonomia da região. Estamos aqui e fazemos parte do mapa do futebol português. Por mérito próprio. Os Açores merecem ter uma equipa na 1ª Liga passados 15 anos.

Comemorou como ninguém esse regresso. Consegue descrever as emoções que viveu?

RC – Foi de todo impossível controlar as emoções porque só Deus e as pessoas que estão perto de nós sa- bem o que nos custou estar 15 anos longe; o que nos custaram estes últimos três anos, que correspond­em ao meu mandato; e o que nos custou esta subida de divisão. Foram muitos percalços. Houve uma fase com muitas dificuldad­es, mas eu nunca tive dúvidas de que íamos levar o Santa Clara e os Açores à 1ª Liga. Sempre tive essa convicção e essa fé... E tanto assim foi que subimos no dia do Senhor Santo Cristo.

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