Até ao fim

Nunca é só mais um dia. E isso sente-se assim que despertamos. O contar das horas, dos minutos. Andar de um lado para o outro em contagem decrescente. E fica pior quando o relógio se aproxima das 19h: “Nunca mais começa. Quero ouvir o hino. Vá lá, tirem os anúncios. Quero ver o jogo.”

E chega aquele momento que temos sempre saboreado a cada quatro anos. Portugal estreia-se no Mundial. Desta vez, contra a Espanha. E o que temos nos 90 minutos seguintes é um jogo para ficar na história desta competição. Com tudo. Grandes golos, ‘frangos’, casos, polémicas, sofrimento e euforia.

E com aquele minuto 87. Livre direto. Cristiano Ronaldo. Com um País a sonhar. Com

ESTE FILME COMEÇOU AGORA. NÃO SABEMOS COMO VAI ACABAR. NEM PODEMOS ADIVINHAR

outro a tremer. Ele olha para a bola, toma balanço, respira fundo. O ritual do costume. O suspeito do costume. E já está. Golo de Portugal. Golo de Cristiano Ronaldo. Um gesto perfeito. E o olhar resignado de De Gea.

A equipa de Fernando Santos jogou contra uma das melhores seleções do Mundo. Uma das favoritas a erguer a taça. E até podia ter ganho. E também podia ter perdido. Mas mostrou coragem para nunca se vergar, nunca se entregar, nunca se considerar inferior. Uma atitude, personalidade e espírito de sacrifício só ao alcance dos campeões. Neste caso, dos campeões da Europa.

Este filme começou agora. Não sabemos como vai acabar. Nem podemos adivinhar o que se segue. Mas com um início tão bom, Portugal já mostrou o que quer trazer da Rússia. E por cá, continuamos a sonhar acordados. A contar as horas e os minutos. Até ao próximo jogo… Se possível, até ao fim.