O cachecol da minha filha
Aterrei ontem em Lisboa cantando com todos os passageiros do avião: “Cris-ti-ano Ronaaaldo, Cris-ti-ano Ronaaaldo.” Os tugas chegaram como se tivessem ganho a taça. E ganhámos. Uma taça por ter visto as três batatas do Cristiano ao vivo j á ninguém tira a quem esteve em S ochi dia 15 de j unho de 2018. Fixem.
Mas avancemos na história. Já perto da porta de casa o meu coração batia mais rápido pela ansiedade de voltar a ver a minha filha. Fui tirando os presentes que tinha na mala: uma Minnie e um cachecol de Portugal. A Minnie é para coleção, já tem tantas, mas há sempre nuances. Por exemplo, esta era de Munique e não tínhamos nenhu-
SOMOS PRIMEIRO DO DA SELEÇÃO. APETECE-ME TORCER PELA FPF
ma que falava alemão, percebem? Não? Respeito, vocês são mais Patrulha Pata. Mas ela, que é mais tudo, adorou. Do mesmo saco, também da Minnie, mal retiro o cachecol verde e encarnado com que vi o jogo, ela grita: “Spóting! Spóting! Spóting!”
Tem apenas (pai a suavizar) dois anos e meio. A culpa é toda minha. Ensinei-lhe primeiro o Sporting do que a Seleção. É normal? É, não é? Somos primeiro dos clubes e só depois de Portugal. Nesta altura, como compreenderão, apeteceme mais torcer pela Federação Portuguesa de Futebol. Vá lá, filha, vamos lá aprender umas coisas que não estejam relacionadas com assembleias gerais... Com sorte até ao final do Mundial já sabes mais sobre Portugal do que o Raphaël Guerreiro.