Record (Portugal)

ANDRÉ MOREIRA

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acaba por não ficar. Como é que um jovem de 21 anos ultrapassa esse momento?

AM – Na altura foi fácil. Fiz duas semanas de pré-época, mas havia alguns problemas para resolver. Na terceira semana era o estágio na Suíça e sabia que se não assinasse, não iria, e eu também não queria passar por isso. É claro que não sabia que ia acontecer o que aconteceu, mas estava preparado para esse cenário. A minha ideia foi: tenho de resolver a situação e arranjar um clube que me queira, que me possa valorizar.

Mas um jovem da sua idade não desiste de representa­r umdos grandes em Portugal…

AM – Gostava, claro. No panorama nacional não se pode pedir muito mais. Não desisto. Mas é difícil traçar o rumo e é difícil projetar o que vai ser a minha vida daqui a dois ou três anos. Pode acontecer ou não.

Ainda espera as razões pelas quais não ficou no Benfica ou esse assunto está encerrado?

AM – Em relação ao Benfica, estou completame­nte tranquilo. Estive lá, como foi do conhecimen­to público. Os clubes, por uma razão ou por outra, não conseguira­m chegar a acordo. Por um lado foi mau para mim, por outro foi bom, porque em termos de Atlético eles valorizam-me e querem que continue a fazer parte do clube. Tento ver as coisas sempre pela forma positiva e tentar resolver rapidament­e a situação.

Esperava jogar mais no Sp. Braga?

AM – Foi muito rápido. Falei com o meu agente e falou-me logo do interesse, um grande interesse, do Sp. Braga. Pensei que naquela altura melhor era impossível. Vi- nha de um dos grandes e consegui entrar no quarto grande – este ano foi visível que já não é o primeiro dos outros, mas o quarto grande. Melhor, só se tivesse mesmo jogado. São condiciona­ntes que fazem parte. Há um treinador e uma equipa técnica que decidem, um jogador que tem de treinar, e por uma ou por outra razão as coisas não se proporcion­aram. Nos dois jogos que tive oportunida­de, as coisas correram-me bem e consegui mostrar que podia ser opção. Até chegar ao ponto em que me sinto opção e que mostro que posso ser opção, o trabalho é meu. A partir daí já não me compete a mim.

O primeiro jogo que faz pelo Sp. Braga é na Luz. Como foi?

AM – São daquelas coisas difíceis de explicar, até porque o primeiro jogo do campeonato do Sp. Braga foi com o Benfica e pude estar logo em contacto com as pessoas com quem tinha estado, com quem criei empatia. Depois, o primeiro jogo oficial que faço pelo Sp. Braga ser na Luz, tem essa particular­idade. Não é pressão, mas tinha a condiciona­nte boa que me ajudou naturalmen­te a motivar para o jogo. Primeiro, porque queria mostrar que podia ser primeira opção no Sp. Braga, e depois, quase de forma inconscien­te, que tinha qualidade para ficar no Benfica. Foi giro, no sentido de ter podido jogar lá.

Que título daria a esta época? AM – O que digo aos meus amigos é que desde que comecei a minha carreira, nunca tive uma época

“DESDE JANEIRO SABIA QUE HAVIA O INTERESSE DO BENFICA, QUE TINHAM SONDADO E ERA UMA POSSIBILID­ADE REAL ” “[BELENENSES] TENHO A CERTEZA QUE ESTE ANO VÃO FAZER UMA ÉPOCA MAIS TRANQUILA. PODEM SER UMA SURPRESA”

tranquila. Seja no mercado de transferên­cias, quer durante a época.

Quando faz a estreia pelo Belenenses, sentia que estava a ser ob-

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