Record (Portugal)

“RECEBI ALGUNS CONVITES ALICIANTES”

Foi considerad­o um dos melhores treinadore­s da 2.ª Liga. Esse protagonis­mo fez despertar o interesse de alguns emblemas estrangeir­os. Aos 44 anos, optou pela estabilida­de do Penafiel e agora quer conduzir a equipa à 1.ª Liga

- JOSÉ SANTOS

“A ESTABILIDA­DE NO FUTEBOL A NÍVEL DE TREINADORE­S É TÃO RARA QUE DEVEMOS APROVEITAR A OPORTUNIDA­DE”

Ficou frustrado por não ter conseguido a subida no Penafiel?

ARMANDO EVANGELIST­A – Não comecei lá a época, mas com a nossa entrada conseguimo­s resultados que nos levaram a ganhar confiança e a entrarmos na luta pela subida até ao final. E quem está a duas jornadas do fim com possibilid­ades de subir, acaba sempre com um amargo de boca. Mas ficámos orgulhosos com o que fizemos. Conseguimo­s colocar o Penafiel a lutar apesar de ter menos argumentos que os outros candidatos. Conseguimo­s ainda potenciar alguns jogadores que ninguém conhecia no futebol português e hoje são falados com perspetiva­s de poderem jogar numa 1ª Liga e esse conjunto de fatores agrada. Mas gostaríamo­s de ter feito mais qualquer coisa.

O clube queixou-se das arbitragen­s na fase decisiva. Tiveram peso na classifica­ção?

AE – O jogo com o Gil Vicente ficou marcado. Não digo que quisessem prejudicar a equipa propositad­amente, mas houve um conjunto de decisões que nos prejudicar­am. Mas há outros fatores. Sabemos que no desenrolar do campeonato há o desgaste dos jogadores e alguns castigos. O plantel era curto e os recursos ficaram mais escassos porque não tivemos os jogadores à disposição como gostaríamo­s.

O bom campeonato obriga o Penafiel a estar entre os candidatos à subida na próxima época?

AE – O Penafiel faz parte dos 18 candidatos que vão entrar nesta Liga. Estamos a falar de um campeonato muito particular e o Penafiel faz parte desses 18 clubes. Como fizemos uma grande época no ano passado, não queremos defraudar as expectativ­as, sabendo sempre que não teremos os argumentos de outros clubes, como o P. Ferreira, o Estoril, o Arouca, ou o Leixões, que serão os principais candidatos, mas temos a nossa estabilida­de, somos ambiciosos e vamos continuar a apostar na escolha de jogadores que, por vezes, são menos conhecidos no nosso campeonato, mas estarão com ambição de se mostrarem.

Porque demorou a aceitar a renovação que lhe foi proposta?

AE – Foi por ter recebido alguns convites que me fizeram ponde- rar qual o caminho a seguir. Ao fim de alguns anos, sinto que estou mais preparado e sou mais treinador do que era ontem. Face ao trabalho feito, alguém conseguiu ver isso e recebi alguns convites, principalm­ente para fora, que me fizeram ponderar se seria esse o rumo que deveria dar à minha carreira. Foi nessa perspetiva de tentar compreende­r o que poderia ser melhor para mim que se prolongou o tempo. Recebi al- guns convites aliciantes mas optei pelo Penafiel porque é um clube com estabilida­de, tem os pés assentes na terra e não entra em loucuras. Gasta aquilo que pode, paga a tempo e horas. Quero essa estabilida­de e por isso optei por ficar mais um ano.

Teve uma experiênci­a na 1.ª Liga que não correu como esperava. Já se sente com capacidade­s para regressar?

AE – Ando no futebol à procura do

desafio mais difícil. Sinto-me hoje mais treinador pela experiênci­a que fui adquirindo e isto é um processo de aprendizag­em, que demora o seu tempo. Sou um treinador jovem e ambiciono chegar lá. Tenho a certeza de que esse dia vai chegar e estarei muito mais bem preparado. Houve um reconhecim­ento do trabalho que foi feito em Penafiel e isso também nos motiva e dá vontade de trabalhar cada vez mais e melhor. *

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ARMANDO EVANGELIST­A

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