Record (Portugal)

Foi convidado a ficar em Vila do Conde para jogar na Liga Europa, mas não resistiu à tentação f Dhafra, dos Emirados Árabes Unidos, e encara a emigração como o concretiza­r de um desejo há O avançado não é o único a deixar o Rio Ave, que depois de uma époc

- TEXTOS PEDRO MALACÓ FOTOS MOVENOTICI­AS

Como será o Rio Ave na Liga Europa agora que muitos dos jogadores que conseguira­m esse apuramento estão de saída? GUEDES – Esta cisão é um bocadinho o preço do sucesso porque se mais de metade do esqueleto vai embora também é muito devido ao que demonstrou ser capaz de fazer. Acho que o sentido é o da inovação, criar um espírito novo. O Rio Ave é um clube bem estruturad­o. Têm uma boa base de trabalho e acredito que se vão reforçar com qualidade. Quando lá cheguei a estrutura já estava montada. Nesta nova época não me está a parecer que isso vá acontecer, mas vão tentar desenhar um grupo para projetar o futuro com serenidade.

O compromiss­o europeu é uma

“O FUTEBOL TAMBÉM É RENOVAÇÃO, MAS BATEMOS O RECORDE DE PONTOS E O NOVO RIO VAI AVE PRECISAR DE TEMPO”

exigência para a estrutura ter em linha de conta?

G – São bons profission­ais e têm muita experiênci­a. Sabem o que é preciso para o futuro ser risonho. O Rio Ave tem raízes muito profundas na 1ª Liga e o futebol também é muito sobre renovação. Não sei se terão o sucesso que alcançámos nestes últimos anos, mas a ideia principal é criar um balneário novo. Pensar a médio prazo pode ter consequênc­ias, até porque acabámos de bater o recorde de pontos da história do clube e não é fácil criar essa dinâmica, pelo que o novo Rio Ave vai precisar de tempo.

Porque é que a corrida pela Liga Europa não foi assumida desde o início?

G – Porque no futebol tudo pode acontecer e é preciso atingir determinad­os parâmetros antes dessa fasquia, mas foi uma meta estabeleci­da de acordo com o potencial do grupo. O Rio Ave já está acima da maioria dos clubes porque costuma lutar por essa ambição. Por vezes não se assume publicamen­te, mas lá dentro só pensamos nisso. Se não atingíssem­os não seria desilusão, mas olhávamos para o nosso potencial e não faltava qualidade. Para nós essa corrida era um dado adquirido.

Esta foi a melhor época da sua carreira?

G – Foi muito positiva. Fiz golos, assistênci­as e estive em muitos jogos, mas o desempenho do coletivo é o que determina isso. O Rio Ave bateu o recorde de pontos, apurou-se para a Liga Europa e isso tem peso brutal na imagem que fica.

Foi abordado para fazer parte desta reestrutur­ação?

G - Fui convidado a renovar e, como estava em final de contrato, também tive abordagens de outros clubes portuguese­s. Ouvi todos. Por respeito era o mínimo que podia fazer. Ouvi, pensei bem e decidi que estava na altura de arriscar outra coisa.

Porquê?

G – Em Portugal só trocava o Rio Ave por um clube com aspirações superiores, mas chega uma fase da carreira em que tens de saber o que queres e já há muito que alimentava a ideia de ter uma experiênci­a no estrangeir­o. Sair da minha zona de conforto e conhecer uma realidade distinta. Obviamente a idade e a

“QUERIA SAIR DA MINHA ZONA DE CONFORTO, MAS OBVIAMENTE A IDADE E O DINHEIRO TAMBÉM TIVERAM PESO”

questão financeira também tiveram peso e fui à procura de juntar o útil ao agradável.

Teve em consideraç­ão o choque cultural e até as diferenças a nível

 ??  ??
 ??  ?? DISPONÍVEL. O ponta-de-lança à conversa com Record
DISPONÍVEL. O ponta-de-lança à conversa com Record

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal