MINORIA RUIDOSA IMPÕE LEI DO DECIBEL
Opositores a Bruno de Carvalho sentiram dificuldades em exercer o seu direito à opinião
Antes de Bruno de Carvalho chegar ao pavilhão, os principais momentos de tensão foram provocados por apoiantes do presidente eleito em 2013. O primeiro surgiu logo na antecâmara da AG, quando Jaime Marta Soares, o principal visado pelos contestatários, assomou à escadaria da Altice Arena e foi de pronto insultado. Na verdade, quer nas interven- grandes dificuldades em fazer-se ouvir. Um facto confirmado por diversos depoimentos. “O ambiente lá dentro é uma vergonha. Em 20 sócios que falam, 19 são a favor de Bruno de Carvalho. Um senhor falou contra, houve assobios, impropérios contra o presidente da MAG. Sem dúvida que ele está a manipular a AG. Só fala a malta dele, não me revejo neste Sporting”, disse o represen- tante do Núcleo do Sporting CP de Almoçageme.
A ‘claque’ de Bruno de Carvalho era a mais estridente e impunha a sua lei através do elevado nível dos decibéis. “Não queremos mais Godinhos nem Ricciardis. Golpistas. Nem pensem que vão correr com o homem!”, escutava-se. Do outro lado, havia quem respondesse na mesma moeda. “O Bruno está agarrado ao lugar como uma lapa. Podia ter sido o melhor presidente de sempre do Sporting, mas estragou tudo!”
A despeito da permanente tensão, o ambiente entre os sócios foi sempre pacífico, na zona do arvoredo, contígua à Altice Arena, nunca sendo ultrapassada a fronteira do razoável. E havia quem tivesse cachecóis de apoio ao presidente do Conselho Diretivo. “Força, Bruno!”, lia-se. *