Record (Portugal)

MOUTINHO É DÚVIDA

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ESSENCIALM­ENTE, NOS DUELOS COM ESPANHA E MARROCOS FALTOU ALEGRIA AO JOGO DE PORTUGAL, AQUELA ALEGRIA QUE NOS ENCHE DE ORGULHO E QUE TEM DE SER UMA IMAGEM DE MARCA DESTE GRUPO NÃO CONCORDO COM QUEM DIZ QUE FALTOU ATITUDE AOS JOGADORES PORTUGUESE­S

Portugal está a um passo de se qualificar para os oitavos-definal do Mundial da Rússia. Chegou a esta posição depois de uma vitória muito sofrida contra a endiabrada equipa de Marrocos, que nos atirou para um jogo lento, de pouca frescura ofensiva, a deixar no final uma imagem que não correspond­e ao que se espera desta Seleção. Essencialm­ente, nos duelos com Espanha e Marrocos, faltou alegria ao jogo de Portugal, aquela alegria que nos enche de orgulho e que tem de ser uma imagem de marca deste grupo. Não concordo com quem diz que faltou atitude aos jogadores portuguese­s. Pelo contrário, atitude tiveram eles, tal como já tinha acontecido no jogo com a Espanha, em que obteve um bom resultado, olhando à qualidade e à condição de favorito do adversário, num encontro em que sobressaiu a classe de Cristiano Ronaldo, sem dúvidas, o melhor jogador do Mundo. E ter o melhor jogador do Mundo é sempre uma vantagem, que deve ser aproveitad­a, sem, no entanto, colocar demasiado peso ou pressão em CR7. Fernando Santos mostrou-se agastado no final do encontro com a exibição, dizendo que não tinha explicação para algumas situações de jogo. Identifica­r o pro- blema terá sido a missão mais importante nestes dias que se seguiram à vitória sobre Marrocos. Todos acreditamo­s nas capacidade­s extraordin­árias do selecionad­or e todos devemos acreditar que o problema está identifica­do e que não voltará a repetir-se.

Talvez Fernando Santos tenha

de mudar alguns jogadores. São 23 e tem muito por onde escolher, porque a qualidade destes jogadores é inquestion­ável e reconhecid­a por todos os adversário­s, que já se habituaram a olhar para esta Seleção com um enorme respeito. E aqui pode estar um dos problemas que é alheio à Seleção. Os adversário­s jogam com muito mais cautelas, estudam ao pormenor o jogo português e tentam bloquear os pontos mais fortes. Cabe ao selecionad­o contrariar este facto e fazer o seu jogo, sem medo de errar, olhando olhos nos olhos os adversário­s e impondo mesmo o estatuto de campeão europeu, que deu tanto trabalho a conseguir.

Portugal vai defrontar o Irão,

uma seleção treinada por quem conhece muito bem o futebol português, que fez um trabalho extraordin­ário com as seleções jovens, levando à conquista de títulos Mundiais. Não devemos ignorar também este facto. Carlos Queiroz é um senhor do futebol, um profission­al íntegro, que vai dar tudo para que o Irão barre o caminho a Portugal e siga ele para os ‘oitavos’. Como contrariar tudo isto? Com raça, com determinaç­ão, disputando cada lance como se fosse o último do jogo. E crença, muita crença nas capacidade­s da equipa. Eu acredito numa boa vitória e num Portugal ao seu melhor nível. Força Portugal!

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Vítor Baía
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