Record (Portugal)

Ganhar sem estética não dura sempre

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É consensual a ideia de que Portugal tem pontos a mais relativame­nte ao que tem jogado no Mundial’2018. Uma derrota salva ao soar do gongo (com a Espanha) e uma vitória muito sofrida (com Marrocos) colocam a Seleção às portas dos oitavos-de-final, bastando-lhe para tanto não perder com o Irão de Carlos Queiroz. Fernando Santos tem afinado pelo diapasão do senso comum e, depois da má prestação com os marroquino­s, anunciou que era preciso retificar uma série de situações. A equipa salvou-se em dois jogos nos quais foi inferior ao adversário, mas a felicidade pode não durar sempre. É fundamenta­l que Portugal consiga, por fim, assumir as

A EQUIPA TEM DE SE REECONTRAR EM TERMOS TÁTICOS. E QUE CR7 NÃO PERCA O PODER DESEQUILIB­RADOR

operações, reclamar a posse de bola, mandar no jogo e aproximars­e dos parâmetros táticos que conduziram ao título europeu. Esteticame­nte, o futebol português tem sido uma desgraça. Do jogo de estreia para o segundo mudou apenas uma peça (trocou Bruno Fernandes por João Mário) e não ficou a ganhar. Resta agora perceber se Fernando Santos vai ser teimoso em querer chegar onde pretende com as suas escolhas iniciais ou se vai promover mais alterações no onze. Pode acontecer que o selecionad­or esteja a pensar nas alternativ­as de banco para render unidades em menor rendimento, como são os casos de Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Bruno Fernandes e João Mário.

O que não pode mudar é a coesão defensiva e a expressão magistral de Cristiano Ronaldo. O sector mais recuado, apesar dos três golos sofridos com a Espanha, esteve em muito bom plano no jogo seguinte; CR7 foi decisivo nos dois encontros. Muitas das insuficiên­cias têm sido escondidas pelo seu talento esmagador. Que a equipa se reencontre e o capitão não perca o poder desequilib­rador.

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