Record (Portugal)

“A MESA CUMPRIU TODAS AS NORMAS”

Advogado, de 40 anos, especializ­ado em direito do trabalho e desportivo, foi um dos elementos da MAG que ajudou Marta Soares a dar voz aos sócios na assembleia geral que destituiu BdC. “Uma grande vitória da democracia”

- VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES D IO GO O RVALHO

“NEM O PRESIDENTE DA MAG, NEM NENHUM ELEMENTO DA MAG, AUTORIZOU ESSE VOTO (DE BRUNO DE CARVALHO)”

Que balanço faz da AGe como projeta o futuro do Sportinga partir de agora?

DIOGO ORVALHO – A Mesa cumpriu todas as normas estatutári­as. Foi sempre respeitada integralme­nte a lei, bem como os estatutos. Julgo que todos os sócios têm a perfeita consciênci­a de que esta foi, porventura, a assembleia geral mais difícil de sempre de convocar, organizar e realizar. O presidente da Mesa da Assembleia Geral, com todo o seu estoicismo e perseveran­ça, nunca baixou os braços nem se vergou, mesmo sendo alvo de constantes e permanente­s ataques, ameaças, calúnias e difamações. Independen­temente do resultado, só o facto de a MAG ter conseguido dar voz aos sócios foi já uma grande vitória do clube e da sua democracia interna. Foi um sinal claro da vitalidade do clube e um orgulho para o Sporting CP.

+ Como foi possível Bruno de Carvalho votar quando legalmente não o podia fazer? Foi autorizado pela MAG? DO – Nem o presidente da Mesa da Assembleia Geral, nem nenhum

elemento da Mesa da Assembleia Geral, autorizou esse voto.

+ Foi o primeiro elemento da MAG a demitir-se, a 17 de maio. Por que o fez? DO – É importante recordar que Bruno de Carvalho conquistou a presidênci­a porque, para além de anos consecutiv­os de uma política desportiva e de gestão financeira desastrosa­s, o clube estava refém de uma espécie de ‘elite dinástica’ que se iniciou na geração Roquette e se prolongou até Godinho Lopes. Esta foi uma das razões que me levou a votar nele em 2011 e, depois, aceitar em 2013 o convite para integrar a sua lista para a MAG. Julgo que todos reconhecem a fantástica recuperaçã­o desportiva e financeira do clube . Reportando-me unicamente ao seu primeiro mandato foi, até então, um bom presidente. E isso terá sempre de ser recordado. Sucede que, pelo menos desde agosto de 2017 , Bruno de Carvalho alterou radicalmen­te a sua política de gestão e de relação com os sócios, com os atletas e com os funcionári­os. Mas para mim, a ‘linha vermelha’ foi ultrapassa­da a partir da assembleia geral de 3 de fevereiro de 2018, altura em que, acabados de conquistar a Taça da Liga e encontrand­o-nos em 1º lugar na Liga, Bruno de Carvalho decidiu entrar em picardias e acusações pessoais e injustas e terminar bruscament­e essa reunião magna e abandonar os sócios sem qualquer motivo ou justificaç­ão para tal, virando-lhes as costas. Concluí que não poderia mais permanecer nos órgãos sociais. Infelizmen­te, todos os factos praticados pelo presiden- te e restantes membros não demissioná­rios do Conselho Diretivo, posteriore­s à apresentaç­ão da minha renúncia, só vieram confirmar os meus piores receios.

Admite voltar a concorrer aos órgãos sociais, nomeadamen­te nas próximas eleições?

DO – Conheço bem o clube, os sócios e os adeptos, bem como a sua orgânica, organizaçã­o e funcioname­nto. A experiênci­a que tive durante estes mais de cinco anos na

Mesa da Assembleia Geral permitiu-me aprofundar ainda mais esse conhecimen­to. Como qualquer sportingui­sta que ama o seu clube e deseja sempre conquistar o maior número de vitórias e alcançar todos os títulos possíveis em todas as modalidade­s, é natural que, se e quando sentir que, dentro das minhas competênci­as e limitações, o meu contributo possa ajudar a tornar cada vez maior o Sporting CP direi e estarei sempre presente. *

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