Record (Portugal)

“Se não passássemo­s era um fracasso”

- PEDRO GONÇALO PINTO. SARANSK

Objetivo cumprido: a qualificaç­ão para os ‘oitavos’ está selada, graças ao génio e excelência de Quaresma, numa partida difícil, considera o selecionad­or, que suspira de alívio: “Graças a Deus estamos para jogar com o Uruguai”

Com que sensações ficou do jogo?

– O mais importante é que estamos nos oitavos-de-final. Sabíamos que tínhamos pela frente um adversário muito forte. Quero dar os parabéns ao Carlos Queiroz, pelo excelente trabalho que tem feito pelo Irão, que é extraordin­ariamente difícil. Assim o provou na fase de apuramento, tal como nestes três jogos. Trabalha muito bem, organizado, nunca sai do jogo, sempre a trabalhar, com intensidad­e, a acreditar que é possível e portanto quero dar os parabéns pela exibição que a equipa fez hoje [ontem]. Entrámos muito bem no jogo, com boa circulação, e o Irão estava em dificuldad­e em controlar a nossa equipa. Depois o Carlos alterou e pôs o avançado a marcar o William, onde ele estivesse. É uma estratégia do jogo, que utilizou bem, porque o William começou a correr muito para afastar o adversário. Isso criou momentos de dificuldad­e porque, quando tínhamos a bola, o Irão estava em vantagem numérica no meio-campo mas conseguimo­s reequilibr­ar isso a partir do momento em que o William baixou, em vez de andar para os lados. A equipa voltou a circular bem, depois tivemos aquele golo de génio do Quaresma. Na realidade, um excelente golo. Na 2ª parte entrámos muito bem, a dominar até ao penálti, que não concretizá­mos. A partir daí as coisas equilibrar­amse, porque o Irão acreditou muito. O 2-0 teria acabado quase definitiva­mente com o jogo. O 1-0 fez o Irão acreditar cada vez mais, o jogo ficou esquisito, com muita picardia mas sem maldade. A entrada do Bernardo fez a equipa acalmar outra vez. Depois o Irão marcou e acabou por ter uma excelente oportunida­de, e aí tivemos um momento de alguma felicidade. Mas cumprimos o que era o nosso objetivo, os jogadores estão de parabéns e graças a Deus estamos para jogar com o Uruguai. –Portugal tem de aumentar a qualidade de jogo frente ao Uruguai? – Todos os jogos que fizemos até agora não tiveram qualquer grau de dificuldad­e? A Espanha, que é talvez a principal favorita, empatou com Marrocos, uma equipa a que Portugal ganhou. Não há jogos com menor grau de dificuldad­e. Nós é que pensamos que sim, quando estamos de fora. O que este campeonato tem provado é que isso não existe. Agora há que olhar para o adversário, estudá-lo bem, e há que encontrar a estratégia certa

“ENTRÁMOS BEM NO JOGO, JOGÁMOS BEM. A CERTA ALTURA FOI DIFÍCIL JOGAR, PORQUE O IRÃO FEZ UMA MARCAÇÃO HOMEM A HOMEM EM TODO O CAMPO” “O WILLIAM FICOU UM BOCADO PERDIDO, PORQUE SÓ HAVIA UM AO MEIO, OS OUTROS DOIS NÃO ESTAVAM A FECHAR DENTRO. RETIFICÁMO­S ISSO AO INTERVALO” “IRÃO É UMA EQUIPA QUE ARRISCA TUDO, JÁ TINHA SIDO ASSIM COM ESPANHA E MARROCOS. IMPORTANTE ERA PASSAR E GRAÇAS A DEUS PASSÁMOS”

para vencer o jogo.

– Que diferenças existem entre equipa do Europeu e esta do Mundial?

– São completame­nte diferentes. No Europeu passámos com três pontos, aqui passámos com cinco. Por aí a diferença é ótima. É preciso crescermos juntos mas, como disse, o mais importante está feito, nesta fase. Aliás, tinha dito que se não passássemo­s esta fase seria um fracasso para Portugal. Não aconteceu, azar... *

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