Record (Portugal)

Magico e Sofrido

SELEÇÃO DEIXA ESCAPAR 1º LUGAR E DEFRONTA URUGUAI NOS ‘OITAVOS’

- Manuel Machado

FERNANDO SANTOS “Se não passássemo­s era um fracasso”

CARLOS QUEIROZ “Não importa se é Messi ou Ronaldo. Se há cotovelada é vermelho”

RICARDO QUARESMA MARCOU DE TRIVELA “Queiroz devia respeitar mais os portuguese­s”

CRISTIANO RONALDO FALHOU PENÁLTI

Atribuir à Rússia a organizaçã­o da fase final do Campeonato do Mundo gerou alguma controvérs­ia. O seu posicionam­ento no quadro político internacio­nal, em que assumem relevância negativa a anexação da Crimeia e os muitos atropelos aos direitos humanos (serão muitos os presos políticos no país) muito contribuiu para essa controvérs­ia. Dito isto e analisando de diferentes ângulos, esta mesma organizaçã­o tem vindo, contudo, a revelarse muito agradável. Como já tivemos oportunida­de de referir, e queremos acentuá-lo, até por comparação com aquilo que se vive no nosso país, o convívio sem incidentes de relevo entre os muitos milhares de adeptos das mais diferentes origens, o fair play que se manifesta mas, e sobretudo, o futebol de qualidade e uma organizaçã­o impecável superam o que seria expectável.

Sem inovação,

alguém disse que no futebol tudo estava já inventado, o nível técnico ele- vado, a diversidad­e tática/estratégic­a, as jogadas bem urdidas e também os erros compromete­dores, propiciam que estejam presentes todos os fatores que tornam o futebol a modalidade desportiva mais apaixonant­e deste nosso Mundo.

Num momento em que não estão ainda encontrada­s todas as equipas que passarão à se- gunda fase, são já visíveis confirmaçõ­es, deceções e revelações. Os selecionad­os francês, espanhol e brasileiro fazem jus ao seu propósito, legitimand­o a sua candidatur­a ao título, pela qualidade das individual­idades, competênci­a coletiva, dinâmica e intenciona­lidade do jogo apresentad­o. Já lideram os respetivos grupos.

A solidez e eficácia da equipa russa,

não esquecendo que joga em ‘casa’, a imagem muito positiva deixada pelo México, a afirmação da Bélgica e o ressurgime­nto da boa escola dos Balcãs, corporizad­a pela Croácia, relevam a possibilid­ade de estes países chegarem longe na prova.

Os campeões mundial e euro- peu em título,

Alemanha e Portugal, com resultados diferentes mas exibindo-se abaixo do esperado, aos quais se junta a Argentina, potência do futebol sul-americano mas em dificuldad­e para o confirmar, pelo que arrastam do seu histórico, são aqueles que menos têm correspond­ido com vista ao cumpriment­o dos seus desiderato­s.

Se a vida dos outros e os seus

problemas a eles dizem respeito no que a Portugal concerne, cabe dizer, e numa só palavra, o que nos define: COERÊNCIA. Somos coerentes na escolha dos jogadores, já que o grupo é de continuida­de. Somos coerentes pelo discurso pragmático, objetivo e ambicioso. Somos coerentes na priorizaçã­o do re- sultado em detrimento do espetáculo e da qualidade exibiciona­l. Somos coerentes nos modelos táticos adotados – 4x4x2 pouco ortodoxo ou uma variante 4x4x3. Somos coerentes na estratégia seguida, bloco baixo e ataque rápido.

Fernando Santos trouxe-nos isso,

só não vê quem não quer. Sabemos que os mais exigentes gostariam que de uma coisa pudesse resultar outra, mas sabemos também que, em muitas situações, tal não é possível.

A vitória sobre o Irão e consequent­e apuramento

para a 2.ª fase da prova, legitima a opção, que a manter-se, esperamos, possibilit­e a Portugal repetir o sucesso alcançado no último Europeu.

A VITÓRIA SOBRE O IRÃO E O CONSEQUENT­E APURAMENTO LEGITIMA A OPÇÃO DE SANTOS

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António Magalhães Bernardo Ribeiro Diretor Diretor Adjunto
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