Record (Portugal)

Depois do Uruguai

O MAIOR FAVORITO JÁ SAIU DE CENA. SE ULTRAPASSA­RMOS OS SUL-AMERICANOS NO SÁBADO IREMOS EMBALAR PARA FAZER MAIS HISTÓRIA

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Este

Mundial já viveu o seu primeiro grande golpe de teatro. A Alemanha parecia ter a passadeira estendida para os oitavos e, afinal, perante uma irrequieta mas perdulária Coreia do Sul, a campeã mundial fez a mala e rumou a casa. O maior favorito saiu de cena.

Quanto mais favoritos forem saindo do caminho,

melhor para Portugal. Até a ver o Brasil, por quem sempre torço, quando Portugal não está em campo ou em causa, dou por mim a puxar pelo adversário, se este for mais fraco, mais acessível para as nossas cores. Se no próximo sábado passarmos a mui distinta seleção do Uruguai, embalamos certamente para fazer mais uma vez História.

Pelo que é visível em campo,

na forma como celebramos os golos, como nos dobramos na falha, com solidaried­ade e sem cobranças públicas, o ambiente na nossa Seleção parece estar excelente. A alegria e harmonia no seio de um grupo unido por um objetivo coletivo é um bem precioso, muito difícil de criar, e ainda mais difícil de manter no decurso de uma campanha longa, dura, dolorosa, stressante. Aforma como Fernando Santos gere o grupo é certamente sábia. Mede-se à distância, na maneira como os jogadores encaram os treinos, na forma como se apoiam em campo, até, e principalm­ente, na maneira como se cruzam no momento da substituiç­ão. É fundamenta­l termos sorte e talento com o Uruguai. Não cair nas provocaçõe­s contrárias. Temos de aproveitar o último Mundial com Ronaldo para podermos acreditar plenamente na vitória.

Olhemos um pouco para o

Sporting que se está a reconstrui­r: os novos responsáve­is estão cheios de pressa para apresentar um novo treinador, quando têm em casa, disponível, um dos três treinadore­s vivos que foram campeões no Sporting. Estou ainda mais livre para defender esta ideia, pois a pessoa que vou elogiar costuma ser muito crítica para com alguns dos projetos jornalísti­cos com que me encontro profundame­nte comprometi­do. Augusto Inácio sabe muito de futebol, é hábil a comunicar e não me parece ter ficado de- masiado contaminad­o pela proximidad­e com Bruno de Carvalho. O seu discurso, nos últimos tempos de loucura coletiva, sempre foi equilibrad­o e a procurar preservar o essencial – a preparação da nova época e o bom-nome do Sporting.

O Sporting precisa de envolver gente que saiba

o que é ser campeão de Leão ao peito. Jogar ou treinar no Sporting e deixar boa imagem é uma coisa, ser campeão pelo Leão é outra bem mais rara e valiosa. É preciso cultivar a memória do sucesso.

É FUNDAMENTA­L TER SORTE E TALENTO COM O URUGUAI.

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