FORÇA AÉREA CONVOCADA
Diego Godín e José María Giménez formam uma dupla de peso a defender... e a atacar. André Moreira conhece-os bem e deixa algumas dicas
Um dos cartões de visita do Uruguai passa, sem grande margem para dúvidas, pelo poderio nas bolas paradas. Foi dessa forma que a celeste marcou os cinco golos na prova até agora. Por outro lado, a baliza de Muslera continua inviolável, muito por ‘culpa’ da dupla formada por Diego Godín e José María Giménez. Record procurou quem o conhece bem e, por isso, conversámos com André Moreira, guarda-redes que pertence aos quadros do At. Madrid. “Dava-me bem com eles, são cinco estrelas!”, começa por contar o guardião, de 22 anos, que esteve emprestado ao Belenenses esta temporada. “O Godín é um pouco o pai do Giménez. São os dois uruguaios, jogam na mesma equipa. Um tem 32 anos, o outro 23. Giménez tem tido a sorte de fazer a carreira toda ao lado do Godín. Pode aprender muito e certamente vai ser um dos melhores centrais do Mundo, pelo que aprendeu e pela vivência que teve com o Godín. Para o Giménez é in-
“VAI SER MUITO COMPLICADO SUPERÁ-LOS NAS BOLAS PARADAS. SÃO MESMO MUITO FORTES”, AVISA O GUARDIÃO
crível”, acrescenta Moreira, que só tem elogios para o pai Godín: “É o típico central que não interessa se joga bem ou se joga mal. Se toca piano ou se carrega o piano. Interessa é não haver golos na baliza dele. É muito agressivo nos duelos, muito rápido e muito ágil. E ainda por cima consegue ir aos cantos e faz golo com muito facilidade. É dos melhores do Mundo.” É precisamente nas bolas paradas que André Moreira acredita que vai estar um dos principais problemas de Portugal. É que não há só Godín e Giménez. “Vai ser muito complicado superá-los nas bolas paradas. São mesmo muito fortes, a juntar Suárez e Cavani…”, lembra, antes de deixar dicas a Cristiano Ronaldo e companhia. “Podem desestabilizá-los através dos passes rápidos, movimentos de rutura, tudo isso. É isso que os pode chatear mais. Mas não são duros de rins e têm muita agressividade, por isso vai ser difícil. Tem de haver muita rotação na frente”, alerta o guardião.
‘Loucura’ nos treinos
Além de destacar “os erros da idade de Giménez”, André Moreira lembra como os treinos da dupla uruguaia são intensos. Às vezes até demais! “Têm sangue quente. É possível ver isso nos jogos, mas nos treinos é igual. Nunca é com maldade, mas lembro-me de duas ou três situações no treino em que fiquei a pensar ‘quase que o partia ao meio!’, mas são sempre assim. Disputam cada bola até ao limite é o que os torna tão bons”, remata. Está dado o ‘recado’. *