O SAMBA AINDA PODE ESPERAR
O escrete foi muito competente na gestão do jogo. Não encantou mas foi sempre muito melhor
Brasil apurou-se sem sobressaltos para os oitavos-de-final no Rússia’2018, com uma vitória indiscutível sobre a Sérvia, sobre a qual exerceu superioridade indiscutível. O escrete não precisou de acelerar, não puxou dos galões, limitou-se a passar o tempo dominando as operações, revelando paciência suficiente para golpear o adversário no momento certo ou, se preferirem, de esperar que qualquer desatenção alheia lhe oferecesse as condições para se adiantar no marcador. Foi o que sucedeu, aos 36 minutos, quando Coutinho teve arte para encontrar Paulinho a caminho da baliza sérvia, com este último a fazê-la pas- sar depois sobre Stojkovic, quando o guardião saía ao seu encontro. Tite não recuperou qualquer dos jogadores que lhe podem oferecer a glória e estão em défice: Neymar voltou a ser uma sombra de si próprio e Gabriel Jesus esteve longe de criar os desequilíbrios necessários. Mas, nesta altura, o samba ainda pode esperar. Enquanto Philippe Coutinho continuar a deslumbrar, a inventar espaços e golos (quando não os assina, oferece-os em bandeja de ouro) e a ser a referência criativa da equipa, pode o Brasil descansar. Num jogo que terminou com a presença de Zivkovic e Jovic no onze sérvio, o mais relevante a extrair para o futuro do Mundial foi a lesão de Marcelo. O lateral brasileiro saiu logo aos 10 minutos, com queixas pouco animadoras para o seu futuro na competição. * PAULINHO